Cerca de 150 intelectuais, de todo o país, capitaneados por um grupo de professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), lançam na próxima terça-feira um manifesto com críticas à condução da atual crise política. O documento pela investigação rigorosa da corrupção, pela punição dos envolvidos e pela democracia pede que as investigações em curso "prossigam até o fim". Inclusive, destacam os intelectuais, "aquelas que apontem em direção à presidência da República", o que poderia levar a um processo de impeachment.
Os intelectuais signatários criticam o comportamento do governo e dos partidos políticos diante do processo de apuração das denúncias de corrupção. Para eles, o governo, o PT, o PSDB e o PFL têm agido para dificular as investigações.
"Desde que surgiram as denúncias sobre a compra de deputados para que votassem com o governo, o PT e o Governo Lula têm dificultado as investigações, enquanto o PFL e o PSDB agem sob medida com o único objetivo de usar eleitoralmente as denúncias, zelando para que a corrupção praticada por tucanos e pefelistas permaneça ignorada e não apurada", defendem no documento.
O texto dos professores diz ainda que os interesses econômicos de PFL e PSDB fazem com que esses partidos "sacrifiquem" as investigações quando elas atingem o Ministério da Fazenda, "de modo a preservar a política econômica do governo com a qual concordam".
Segundo um dos coordenadores do manifesto, o professor de ciências Políticas da Unicamp, Armando Boito, depois de conquistarem o voto popular na eleição de 2002, o governo Lula e o PT, sob a direção do Campo Majoritário, aderiram às antigas "práticas políticas antidemocráticas". Entre os signatários estão Francisco de Oliveira (USP), Muniz Ferreira (UFBa), Leda Paulani (USP), Carlos Eduardo Carvalho (PUC-SP), Reinaldo Carcanholo (UFES), Mário Maestri (UPF), Paulo Arantes (USP), Laymert Garcia dos Santos (Unicamp) e Armando Boito (Unicamp).
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