Uma manobra regimental derrubou ontem a sessão da Assembleia Legislativa em que seria votado o projeto de lei que prorroga por um ano o mandato de diretores de escolas estaduais no Paraná. A sessão foi encerrada, por falta de quórum, quando o plenário votava outros itens da pauta e só 25 presenças haviam sido confirmadas. O quórum mínimo para as votações é de 28 deputados. Algumas matérias chegaram a ser aprovadas antes, mas deputados do PT, do PMDB e do PRB não assinalavam presença no painel. O deputado Pastor Edson Praczyk (PRB) chegou a usar o banheiro da área de imprensa durante a votação.
Deputados da base questionaram o artifício. "Não entendo como um deputado pode estar ausente e ao mesmo tempo estar aqui e dar encaminhamento ou pedir a palavra pela ordem", disse o deputado Nelson Justus (DEM).
O líder da oposição, Tadeu Veneri (PT), rebateu. Segundo ele, não existe nenhuma menção no regimento interno que obrigue os deputados a marcarem presença no painel. O argumento foi aceito e o presidente da Casa, Valdir Rossoni (PSDB), encerrou a sessão.
"A oposição usou um artifício. Foi inteligente e saiu vitoriosa", admitiu o líder do governo, deputado Ademar Traiano (PSDB), que passou a tarde no telefone ligando para deputados que não estavam na Casa. Nos bastidores, deputados queixavam-se de que o projeto deveria ser melhor discutido.
A proposta chegou à Assembleia na semana passada. A ideia do governo era transformar o plenário em comissão geral e votar o projeto ontem. "A base do governo é de maioria folgada. Mas às vezes até um transatlântico afunda", comemorou Veneri.
Nas galerias, professores ligados à APP-Sindicato comemoraram. "O prazo para inscrição das chapas se encerrava hoje [ontem]. O governo nunca nos procurou e agora, em cima da hora, quer mudar as regras", disse o presidente da APP, Hermes Silva Leão.
Diretores de escola gritaram palavras de ordem contra o sindicato. "Defendemos eleições limpas, mas hoje o processo é viciado pela APP", disse Alci Romero, diretor de uma escola em Almirante Tamandaré.
Hugo Motta defende que emendas recuperam autonomia do Parlamento contra “toma lá, dá cá” do governo
Hugo Motta confirma favoritismo e é eleito presidente da Câmara dos Deputados
Em recado ao STF, Alcolumbre sinaliza embate sobre as emendas parlamentares
Cumprir meta fiscal não basta para baixar os juros
Deixe sua opinião