O doleiro Leonardo Meirelles, ex-sócio do doleiro Alberto Youssef na empresa Labogen e um dos investigados na Operação Lava Jato, resolveu pagar do próprio bolso a passagem aérea para Brasília para depor no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Ele deve prestar depoimento nesta quinta-feira (7) a parlamentares que conduzem o processo contra o presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB) por quebra de decoro parlamentar.
Cunha pede impugnação de testemunhas no processo do Conselho de Ética
Leia a matéria completaDesta vez, a manobra de Cunha para tentar atrasar a oitiva não funcionou e o depoimento está mantido para às 9h30.
Nesta terça-feira (5), em visita a Curitiba para uma reunião com o juiz federal Sergio Moro, deputados do Conselho de Ética reclamaram da demora para liberação da compra das passagens para Meirelles e seu advogado comparecerem à Casa.
“Nosso esforço é ouvir na quinta-feira o Leonardo Meirelles. Ele pode contribuir muito com a investigação, porque no depoimento que ele teria prestado, ele teria apontado inclusive a existência de documentos que comprovam depósitos em contas no exterior”, disse o relator do caso de Cunha no Conselho deputado Marcos Rogério (DEM).
“A quinta-feira é depois de amanhã, e até hoje não foi liberada a compra da passagem”, reclamou na terça-feira (5) o presidente do Conselho deputado José Carlos Araújo (PR).
De acordo com o advogado Haroldo Nater, que representa Meirelles, o próprio doleiro resolveu adquirir as passagens aéreas para comparecer à sessão do Conselho de Ética. O advogado afirmou que Meirelles deve confirmar durante a oitiva os depoimentos dos colaboradores da Lava Jato Julio Camargo e Alberto Youssef sobre remessas de valores para contas de Cunha no exterior.
De acordo com Nater, Meirelles usou duas empresas controladas por ele na China para fazer as remessas para as contas de Cunha: a BGX e a RFY. Documentos referentes às remessas já foram entregues ao Ministério Público Federal e ao juiz Sergio Moro, segundo o advogado.
“A expectativa dele [Meirelles] é de contribuir, já que se pretende fazer uma limpeza do país, afastando os políticos corruptos do poder”, disse Nater.
O Conselho de Ética da Câmara abriu um processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB). Ele é acusado de quebra de decoro parlamentar ao mentir, na CPI da Petrobras, dizendo não ter contas no exterior.
Se os deputados do Conselho se convencerem de que o presidente da Casa possui contas não declaradas na Suíça, Cunha pode ter o mandato cassado.
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