Há poucos dias, a defesa de um dos presos domiciliares da Lava Jato solicitou que seu cliente pudesse ter a área de cobertura de sua tornozeleira eletrônica estendida para mais locais. A justificativa dos advogados foi de que o condenado estava impedido de caminhar pelo condomínio onde está localizado seu prédio, fazer exercícios físicos ou tomar banho de sol.
INFOGRÁFICO: Conheça os imóveis e prédios onde vivem alguns dos presos domiciliares da Lava Jato
Como de praxe, o juiz Sergio Moro pediu que o Ministério Público Federal (MPF) se manifestasse sobre o pedido. E os procuradores foram enfáticos: o réu poderia ter sua área de cobertura estendida para a academia do prédio, mas nada impede que ele faça caminhadas na esteira e tome banho de sol da sua sacada, já que vive em um apartamento de alto padrão.
A resposta do MPF é uma tentativa de “restrição” a “nada mole vida” que os condenados à prisão domiciliar na Lava Jato estão enfrentando. A maior parte dos presos possui apartamentos em prédios luxuosos ou vive em mansões, como o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, que terá que cumprir três anos trancafiado em um imóvel de luxo em Fortaleza (CE).
O rol de obrigações de Machado inclui o uso da tornozeleira eletrônica até 2018. Como alívio, foram estipuladas oito datas para saídas pontuais e ele também pode receber visitas de no máximo 27 pessoas já indicadas, entre familiares e amigos. Depois que progredir de regime, nos últimos nove meses de pena, terá direito de se ausentar da residência das 7 às 22 horas.
Também entram para a lista de “presos” domiciliares o operador Fernando Baiano, que possui um apartamento com vista para o mar na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (RJ); Milton Pascowitch, lobista que, até 2017, terá que ficar em casa, no bairro Cidade Jardim, São Paulo; e Dalton Avancini, da Camargo Corrêa, que vive no conforto do alto padrão paulistano.
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