O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta segunda-feira que o Ministério do Planejamento está elaborando com o Tesouro um corte de gastos de custeio do governo a partir de 2011, que deverá afetar todos os ministérios. Ficarão de fora apenas os projetos prioritários, como o Bolsa Família. Segundo Mantega, os cortes ocorrerão sobre iniciativas em andamento e também sobre novos projetos que significariam aumentos de despesas. Ele citou como exemplo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300, que eleva os gastos da União e dos Estados, e o aumento do salário mínimo, cujo patamar no próximo ano não ultrapassará R$ 540.
"Essa redução (de gastos) abre espaço razoável para a redução dos juros. O Brasil está muito defasado em juros no cenário internacional", disse. Mantega explicou que os cortes de gastos não serão feitos de forma linear, mas serão feitos de maneira a não comprometer os principais projetos de cada ministério. Segundo ele, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também poderá ser afetado, mas "em uma questão de ritmo".
Mantega falou também sobre a reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) e disse que o colegiado levará em conta o cenário atual de inflação, o crescimento da economia e as medidas relativas ao crédito anunciadas no fim da semana passada. Ele explicou que "pode ser que ocorra alguma postergação, alguns projetos do PAC podem começar mais lentamente". Mantega concedeu entrevista após participar de seminário do Rio de Janeiro.
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