No primeiro pronunciamento após a confirmação de que vai permanecer à frente do Ministério da Fazenda no governo Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega afirmou nesta quarta-feira (24) que a "prioridade máxima" da nova gestão na pasta é expandir o crescimento da economia e a geração de emprego.
"A meta é manter e superar a média de crescimento do país nos últimos quatro anos, que foi de 5%. Mas queremos um crescimento de qualidade, um crescimento aumentando os investimentos e fortalecendo o mercado interno, de modo a gerar milhões de novos empregos", afirmou. "Essa é a prioridade máxima da política econômica."
Mantega fez a manifestação ao lado dos outros dois ministros indicados por Dilma nesta quarta (Miriam Belchior, do Planejamento, e Alexandre Tombini, presidente do Banco Central) e do deputado federal José Eduardo Cardozo, um dos coordenadores da campanha da presidente eleita.
Redução de gastos
Segundo ele, 2011 será um ano de consolidação fiscal com redução de despesas de custeios para aumentar a poupança pública. "O BNDES receberá menos recursos do Tesouro, e com isso, estamos abrindo espaço para que o setor privado possa fazer empréstimos de longo prazo".
Ele confirmou que a política de metas de inflação, que são buscadas pelo Banco Central por meio, principalmente, da fixação da taxa básica de juros, está mantida. Segundo ele, o novo presidente da autoridade monetária, que vai assumir também em 2011, Alexandre Tombini, tem autonomia operacional para determinar o nível da taxa básica de juros, atualmente em 10,75% ao ano.
"Agora que a economia superou a crise, é o momento de reduzirmos os gastos do governo, realizando um novo movimento anti-cíclico. Como está crescendo fortemente, temos de reduzir os gastos, para abrir mais espaço de demanda para o setor privado. Queremos a consolidação fiscal com contenção de despesas para aumentar poupança publica e investimentos", declarou ele.
Mantega disse ainda que a equipe econômica terá por objetivo reduzir a relação dívida líquida do setor público, atualmente em 41% do PIB, para 30% do PIB até 2014. Isso se dará, segundo ele, por meio da manutenção dos chamados "superávits primários", ou seja, a economia feita para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda.
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