O governo pode aumentar o aperto fiscal se a inflação seguir ameaçando as metas, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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"Serão tomadas as medidas fiscais e monetárias necessárias para garantir o controle da inflação. Se for necessário, aumentaremos a meta de superávit primário, mas a dose do remédio não deve exceder as necessidades do paciente", disse Mantega durante palestra em evento em São Paulo.

A meta de superávit fiscal para 2008 equivale a 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB), com um acréscimo de 0,5 ponto percentual que será destinado à formação do chamado fundo soberano.

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Nos últimos 12 meses até junho, o superávit primário das contas públicas acumulou valor equivalente a 4,27% do PIB.

A inflação brasileira ameaça romper o teto da meta definida pelo governo este ano.

De acordo com as projeções do mercado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - que baliza a política de metas - deve fechar o ano com alta de 6,54%, acima do teto da meta que é de 6,5 por cento.

Para combater o repique inflacionário, o Banco Central iniciou em abril um ciclo de aperto do juro. A taxa Selic está em 13 por cento e analistas acreditam que ela estará em 14,50% ao final do ano.

Na avaliação do ministro, a economia brasileira deve crescer este ano entre 4,8 e 5% e desacelerar em 2009 para um patamar de 4%.

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"Discordo de quem fala de 3 a 3,5 (por cento de crescimento no próximo ano)... O governo não permitirá uma desaceleração da economia para esse patamar", afirmou o ministro.

De acordo com o último levantamento feito pelo Banco Central com analistas de mercado, divulgado nesta segunda-feira, as projeções indicam crescimento de 4,80 por cento para a economia em 2008 e de 3,90 por cento para 2009.