Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negar cortes de recursos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a dizer que o ajuste fiscal previsto para 2011 irá "alterar o ritmo de ingresso de novos investimentos" no PAC.
Em entrevista no Palácio do Planalto depois da divulgação do balanço de quatro anos do programa, na manhã desta quinta-feira (9), Mantega disse que os recursos previstos para investimentos no PAC em 2011 já estão garantidos e que o corte deve afetar a aplicação de recursos depois desse período.
"O PAC que está em andamento incorporou um número grande de projetos que continuam em 2011. Eles, por si só, já representam um volume de investimentos superior ao volume desse ano", afirmou Mantega. "Apenas projetos do PAC 2 deverão começar um pouco mais adiante, ou seja, vamos alterar o ritmo de ingresso de novos investimentos, de acordo com a disponibilidade, de acordo com esse corte, essa redução que vamos fazer", complementou Mantega.
Na última terça-feira (7), em razão das declarações de Mantega de que o PAC poderia ser afetado pelo ajuste fiscal, Lula chegou a garantir que "nenhum centavo seria cortado do programa". "Não acredito que a gente tenha necessidade de cortar um centavo do PAC", disse Lula, no Rio de Janeiro.
Apesar das declarações, Mantega fez questão de deixar bem claro nesta quinta que o corte vai ocorrer e irá influenciar em "novos gastos" do governo: "Essa redução [de recursos] se dará em gastos já existentes e também vamos evitar o aumento de novos gastos".
Escolhida para comandar o Ministério do Planejamento no governo da presidenta Dilma Rousseff, a secretária executiva do PAC, Miriam Belchior, que também participou da coletiva, chegou a usar a expressão "fazer mais com menos", para falar do impacto do ajuste fiscal nas ações do PAC.