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As duas primeiras etapas do Fórum Futuro 10 Paraná, em Ponta Grossa e Londrina, tiveram um assunto em comum: o Programa Saúde da Família (PSF). A manutenção e o aprimoramento do programa, criado pelo Ministério da Saúde há 11 anos, foram apontados por participantes do fórum como uma importante ferramenta para o desenvolvimento social do estado na próxima década, principal meta do fórum promovido pela Rede Paranaense de Comunicação (RPC)/Gazeta do Povo em parceria com diversas instituições. No próximo encontro, que ocorre amanhã em Maringá e envolve 69 municípios da região, o assunto deve voltar à mesa de debate.

Em vez de priorizar o tratamento de doenças, o PSF trabalha com a prevenção e com a aproximação dos profissionais ao cotidiano das famílias atendidas. Na 15.ª Regional de Saúde de Maringá da Secretaria de Estado da Saúde, apenas dois dos 30 municípios atendidos, Castelo Branco e Santa Inês, ainda não implantaram o programa.

Segundo a chefe da regional, Ercília Ake Fukui, as prefeituras dessas duas cidades já estão se estruturando para montar as equipes. "A boa gestão do PSF muda os indicadores de saúde em menos de um ano", afirma.

O município de Munhoz de Melo, a 45 quilômetros de Maringá, tem cerca de 3,3 mil habitantes. A cidade implementou o PSF em 1999 e, desde então, o trabalho das equipes de saúde fez com que o número de internamento no hospital municipal fosse reduzido drasticamente. "Melhoramos o acompanhamento pré-natal das grávidas e conseguimos cobrir praticamente 100% de vacinação das crianças", informa o secretário de Saúde do município, Mauro Sérgio de Araújo.

O grande diferencial do PSF é a aproximação com os pacientes. As equipes, além de verificar as condições da saúde dos integrantes das famílias, também acompanham as condições em que vivem as pessoas, como a presença de água encanada, o destino do lixo, a alimentação e se as crianças vão à escola. Analisando todos esses fatores, é possível aplicar ações que atacam as causas dos problemas de saúde, não apenas as doenças, vistas como conseqüências das condições e estilo de vida.

Um dos principais desafios para a consolidação do PSF nos municípios é resolver o problema da alta rotatividade dos profissionais, especialmente dos médicos. As equipes do programa são formadas por médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde. Os municípios menores têm dificuldade em contratar profissionais, mesmo oferecendo salários superiores aos de cidades maiores. Médicos e enfermeiros preferem ganhar menos e permanecer nos grandes centros, que possuem uma infra-estrutura de atendimento, com hospitais, laboratórios, clínicas e centros de estudo. "O desafio é criar um plano de cargos e salários, vinculado ao Sistema Único de Saúde, para atrair o profissional", sugere Ercília.

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