
A proposta do candidato do PSDB, José Serra, de elevar o salário mínimo a R$ 600 a partir do dia 1.º de janeiro embute uma "mão de gato", segundo avaliou o presidente do PT, José Eduardo Dutra. Ele acredita que, diante do crescimento da conta da Previdência, um eventual governo tucano aproveitaria a deixa para desvincular o salário mínimo dos benefícios previdenciários. Sonho dos chamados fiscalistas, o fim do salário mínimo como piso da Previdência abriria espaço para elevar o ganho dos trabalhadores sem provocar rombos bilionários nas contas públicas. A proposta, porém, enfrenta resistência de aposentados e sindicalistas. Dos cerca de 27 milhões de beneficiários do INSS, aproximadamente 15 milhões recebem o salário mínimo.
Aliás...
Após as eleições, o governo negociará com as centrais o valor do mínimo e o índice de reajuste das aposentadorias superiores ao piso válido para 2011. A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defenderá um valor menor do que os R$ 600 prometidos pelo presidenciável José Serra e um reajuste abaixo dos 10% também proposto pelo tucano. "Não vamos nos pautar por uma discussão eleitoreira, oportunista e desesperada", afirmou o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas (foto 1).
Conversa afiada
Aécio Neves (foto 2), senador eleito pelo PSDB-MG. Trecho de entrevista à Agência Estado.
O clima da campanha em Minas para Serra está diferente?
Existe uma movimentação silenciosa, que independe de lideranças e dos partidos. Acho que há uma certa desilusão e um desencanto com o PT, com a Dilma. Foram esses votos que migraram para a Marina, não migraram diretamente para o Serra. Podem, agora, de forma majoritária, ir para ele.
O candidato está mais aberto no segundo turno?
Bastante. Ele está demonstrando, e eu tenho acreditado nisso, disposição de compartilhar esforços e ideias, fazer um governo aberto.
Circulam especulações de que o seu empenho na campanha se deveria a um compromisso de Serra de que, se eleito, não disputaria em 2014.
Isso não faz jus nem à inteligência dele e nem à minha. Ele, de fazer [o compromisso] e eu, de acreditar que isso seja possível. Não é isso que está em jogo. Claro que queremos participar de um projeto para o Brasil, de um projeto novo, que compreenda as diferenças regionais. Isso me basta.
De prontidão
Desde que Geraldo Alckmin (PSDB) foi eleito governador de São Paulo, no dia 3 de outubro, a ordem no PSDB paulista é manter a campanha na rua pelo presidenciável tucano José Serra. Cinco mensageiros, liderados pelo próprio Alckmin, foram selecionados para a tarefa de converter votos dos paulistas para o candidato do PSDB ao Planalto. No Recife, o comitê que servia ao governador Eduardo Campos (PSB), reeleito com 82,8% dos votos, não foi desativado e está a serviço da candidata do PT, Dilma Rousseff. No Rio, o governador Sérgio Cabral (PMDB), reeleito com 66% dos votos, manteve o coordenador de sua campanha, o ex-secretário de governo Wilson Carlos, à disposição da candidatura de Dilma no Estado.
Pinga-fogo
"Agora, nesta eleição, eles estão querendo mais uma vez usar o ódio, sentimento que é irmão do medo. Casaram o ódio com o medo e querem que o país não enxergue o que está em questão."
Dilma Rousseff, candidata do PT, em comício sexta-feira em São Paulo.
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