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A marcha de abertura do 2º Fórum Social Brasileiro terminou em confronto que deixou feridos policiais militares pernambucanos e integrantes de organizações sociais rurais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O coordenador estadual do movimento, Jaime Amorim, foi baleado na mão durante o confronto.

De manhã, os sem terra percorreram seis quilômetros da BR-232, em direção à Universidade Federal de Pernambuco, onde foi aberto o Fórum. À tarde, durante uma outra passeata, houve confusão entre os sem terra e a Polícia Militar. Depois de andarem pela Rua Conde de Boa Vista, por volta das 18h, os cerca de seis mil participantes agruparam-se no Largo do Carmo, no centro da cidade, para um ato público que seria seguido de apresentações culturais.

Segundo João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do MST, policiais estavam entre os participantes do ato, na tentativa de prender Ivaldo Santos, do MST pernambucano. Ele teria enfrentado os policiais durante a passeata, pedindo-lhes que não passassem com as motocicletas pois havia crianças, os "sem-terrinha", entre os que desfilavam. De acordo com outra versão, Ivaldo teria derrubado da moto um policial. E uma terceira versão, do tenente-coronel Éden Vespasiano, assessor de comunicação da PM, aponta que os policiais buscavam na multidão um assaltante.

Ao tentar prender a pessoa com violência, conta João Paulo, os policiais foram agredidos pelos agricultores e, em meio aos manifestantes, para se proteger, sacaram suas pistolas para dar tiros para o ar. Acabaram por atingir a mão de Jaime Amorim, o que fez provocou maior reação dos sem-terra. Segundo João Paulo, os policiais quase foram linchados. Pelo menos dois deles sacaram das pistolas e deram tiros para o alto. Com a intervenção dos líderes do movimento, os PMs puderam chegar até as viaturas para sair dali.

Jaime Amorim subiu ao carro de som para mostrar que estava bem e pedir que os policiais não fossem agredidos.

- Esses não são nossos maiores inimigos - dizia.

Segundo o secretário de Defesa Social de Pernambuco, Rodney Miranda, há confirmação de dois policiais feridos: o capitão Dimerson Mendes, cuja pistola desapareceu na confusão, e o soldado Antony Jurema Veríssimo, que teria sofrido lesão na clavícula, mas já foi liberado.

João Paulo Rodrigues considerou a ação "desnecessária", mas negou que haja animosidade entre a polícia e os sem-terra:

- Há uma tensão permanente aqui no estado, mas essa foi uma ação isolada, de dois policiais.

O secretário Rodney Miranda também negou que esse tipo de episódio seja comum:

- Basta ver que executamos diversas reintegrações de posse este ano em fazendas ocupadas e não houve confrontos.

A Polícia Civil está investigando o caso.

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