Protestos contra a corrupção ocorreram em várias cidades brasileiras nesta quarta-feira (12). O movimento apartidário - que nasceu nas redes sociais - ganhou quase simultaneamente às ruas de outras 25 cidades brasileiras nesta quarta. Em Curitiba, a concentração iniciou às 13h30 na escadaria do prédio da Universidade Federal do Paraná , na Praça Santos Andrade. Cerca de 600 pessoas participaram da manifestação na capital paranaense.
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Em Brasília, os manifestantes, que percorreram a Esplanada dos Ministérios e terminaram a passeata em frente ao Congresso, onde cantaram o Hino Nacional. A Polícia Militar estima que 20 mil pessoas participaram do protesto . Em São Paulo, cerca de 2,5 mil protestam no Masp e em parte daAvenida Paulista.
Com roupas pretas, caras pintadas de verde amarelo, máscaras, faixas e cartazes, os manifestantes de Curitiba se revezavam em dois megafones pregando palavras de ordem contra irregularidades do setor público.
Essa foi a segunda edição da Marcha contra Corrupção a outra marcha tinha sido no dia 7 de setembro e contou com participação de cerca de 80 pessoas na capital paranaense. Além de protestar contra políticos corruptos, o movimento mirou em outros alvos como o fim do voto secreto no Congresso, a aprovação da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, e a manutenção do poder fiscalizador do Conselho nacional de Justiça (CNJ) sobre os juízes, que está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF).
A marcha não contou com nenhuma faixa de partido, organização sindical ou movimento estudantil organizado. Dezenas de grupos autônomos também protestaram contra outros aspectos da roubalheira nacional. É o caso dos Anonymous, comunidade de jovens mascarados que se arregimentou pela internet e que reclamava da relação promíscua do governo com grandes empresas. "Representamos um sentimento coletivo", declara o empresário de 30 anos, que preferiu não revelar o nome para não "personificar" o movimento. "Represento apenas a voz de um cidadão", disse.
O economista Alceu Pinto de Almeida, que compareceu junto com um grupo de "amigos e familiares" de cerca de 50 pessoas, destacava a característica democrática do movimento. "Ele tem a mesma vez no Brasil inteiro. Começou numa rede virtual e virou uma rede real em que as pessoas que estão aqui sabem exatamente o que querem ao contrário do que ocorre em outros movimentos", disse. Almeida foi o responsável por compilar e distribuir uma folha de papel com versos em quadra, refrões que foram cantados pelos manifestantes na caminhada.
"Você não acreditou, mas o povo se uniu! Agora começamos a Faxina do Brasil!", dizia a multidão em coro ao passar pelo calçadão da Ru XV de Novembro. A marcha parou na Boca Maldita e depois seguiu até a Praça Rui Barbosa onde a manifestação se dispersou.
Manifestação no Distrito Federal
No Distrito Federal, os manifestantes contaram com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades, porém sem vinculação políticopartidário. Os advogados foram vestidos com camisetas pedindo a manutenção dos poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para investigar juízes.
Entre eles, está o ministro do conselho Jefferson Kravchinchin, que preferiunão dar entrevista. Embora o movimento tenha panfletado nas cidades-satélites do DF, a maior parte do público é da classe média de Brasília. Na manifestação realizada em Sete de Setembro, 25 mil pessoas participaram da marcha.
Além de faixas que lembraram vários casos que indignaram a opinião pública nos últimos anos, desta vez os manifestantes levaram à Esplanada uma enorme pizza pararepresentar o engavetamento de casos de corrupção. Segundo a PM, não houve nenhum contratempo durante o protesto.
São Paulo
Maçons participam da marcha contra a corrupção em São Paulo. Acompanhados de longe pela Polícia, manifestantes ocupam o vão livre do Masp e um trecho da Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra a corrupção. Se na internet e nas redes sociais a maioria dos manifestantes é formada por jovens, no protesto do 'mundo real' há uma mescla de jovens e adultos, uma grande parte deles oriunda da maçonaria.
Os maçons se organizaram com camisetas brancas, mas muitos deles com otradicional terno preto de eventos especiais. Este é um movimento de maçons indignados - afirma Marcio Zalma, comerciante e um dos organizadores do protesto maçônico. Sobre a participação na maçonaria do ex-governador Joaquim Roriz, acusado de corrupção, Zalma disse que os maçons paulistas defenderam a expulsão do político. "A questão aqui é moral. Ninguém pode responder pelo ato de ninguém", disse Zalma.
Nos cartazes e nos dizeres dos manifestantes sobrou para todos os políticos. Há desde o "Fora Sarney","Paulo Maluf para fora do Brasil" até o " ForaKassab". A expectativa dos organizadores é juntar cinco mil pessoas até o final da tarde.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro a concentração ocorreu a partir das 13h, no Posto 4, emCopacabana. Os manifestantes pediram à população do bairro para colocarvassouras na janela, para demonstrar apoio ao movimento.
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