No dia em que o governo anunciou a edição de medidas provisórias com reajuste para 1,55 milhão de servidores do Executivo, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, voltou a dizer que considera inadequada a concessão de reajuste. Para ele, a Lei Eleitoral só permite reajustes seis meses antes das eleições. O ministro, no entanto, não acredita que os partidos recorram contra o reajuste por medo de perder voto.
- O exemplo vem de cima. Há um apelo eleitoral muito grande. Basta considerar que nenhum partido impugnou. Porque teria os votos contrários dos servidores - disse.
Marco Aurélio disse que não conversou sobre o reajuste no encontro de quarta-feira com os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e das Relações Institucionais, Tarso Genro, porque todos sabem que os dois lados têm posições divergentes.
- O Judiciário só age por provocação. Vamos ver se surge uma consulta. Quem sabe o Ministério Público. Vamos aguardar para ver o que ocorre. Não tocamos (no assunto do aumento salarial, com Thomaz Bastos e Tarso Genro), principalmente porque temos posições antagônicas - disse.
Indagado se torcia para que alguém recorra contra o reajuste, Marco Aurélio respondeu:
- Não torço. A minha posição é de eqüidistância absoluta. Apenas sinalizei quanto à minha concepção sobre a norma, colocando em segundo plano o aspecto simplesmente literal, verbal da norma para buscar o espírito dessa norma, o objetivo. Qual é o objetivo? - questionou.
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