O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), afirmou nesta terça-feira que poderá ser feita uma nova votação do requerimento para convocar o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, se ficar acertado o cancelamento da realizada na semana passada na Comissão de Agricultura.
"Se a decisão for pelo cancelamento da votação que aconteceu na semana passada, eu acho que o procedimento mais adequado é realizar uma nova votação no dia de amanhã, e aí quem tiver a maioria que seja vitorioso, porque nós também precisamos no Parlamento, como um todo, garantir sempre o voto e a vontade da maioria", disse.
Maia ressaltou, no entanto, que ainda não sabe qual decisão tomará em relação à convocação do ministro, proposta pela oposição e aprovada na semana passada.
Palocci, pressionado a prestar esclarecimentos sobre seu aumento patrimonial e as operações de sua empresa, a consultoria Projeto, ganhou novo fôlego na segunda-feira com a decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivar pedido de investigação de partidos opositores sobre enriquecimento ilícito e tráfico de influência.
O presidente da Câmara. que depois da polêmica votação da semana passada suspendeu a decisão e prometeu uma definição para esta terça, disse ainda que se baseará no regulamento da Casa.
"Eu vou tomar uma decisão o mais próximo possível do regimento, exatamente para evitar essa judicialização das questões políticas", disse. Partidos de oposição anunciaram que se a convocação for cancelada vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Maia afirmou que está sendo analisado se a convocação da Comissão de Agricultura ocorreu dentro do regimento.
Segundo Maia há argumentos que sustentam uma anulação da convocação de Palocci, como a decisão da PGR de não abrir investigação contra o ministro e a "vontade da maioria", referindo-se aos cerca de 30 deputados que assinaram um requerimento questionando a convocação do ministro na Comissão de Agricultura.
"Há um requerimento de uma maioria dos deputados da comissão, nós temos que levar isso em consideração", disse o presidente a jornalistas. "É óbvio, a decisão tomada pelo procurador coloca o debate num outro patamar", acrescentou.