Atualizado em 03/01/2006 às 19h37
O preso Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, se casou nesta quarta-feira na penitenciária de segurança máxima de Presidente Bernardes, no interior paulista. De acordo com a secretaria de Administração Penitenciária, o casamento foi celebrado às 11h, no parlatório da unidade. A noiva, a estudante de Direito Cynthia Giglioli da Silva, ficou separada de Marcola pelo vidro do parlatório. Segundo a secretaria, a troca de alianças não foi autorizada e o preso também não tem direito à lua-de-mel.
Marcola é apontado pela polícia como o líder do crime organizado que promoveu ataques terroristas a São Paulo . Ele cumpre pena em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no qual fica isolado dos demais presos.
Cynthia chegou a ser presa em 2005, suspeita de ter ligações com a facção criminosa de Marcola. Segundo a polícia, ela seria responsável por fazer os contatos de Marcola com o resto da quadrilha e receberia cerca de R$ 15 mil por mês. Porém, nada foi provado e ela acabou solta.
Segundo o presidente do conselho da Associação dos Advogados Criminalistas (Acrimesp) do Estado de São Paulo, Ademar Gomes, não há impedimento legal para a realização do casamento.
- No Brasil, todo preso tem o direito de se casar e constituir família. É feito um pedido ao juiz da vara de execuções penais para ser apreciado. Esses pedidos nunca são negados - explicou Gomes.
Somente este ano, a Acrimesp tem o registro de 11 casos de casamentos em prisões. Marcola foi casado com a advogada Ana Maria Olivatto. Ela foi morta com dois tiros na nuca em 2002, na porta de sua casa, supostamente a mando de um rival de Marcola.
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