Na acareação da CPI do Mensalão, o tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, afirmou agora à noite ter presenciado a entrega dos R$ 4 milhões, fruto de acordo eleitoral, ao então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) pelas mãos do empresário Marcos Valério de Souza. Palmieri descreveu detalhes da entrega do dinheiro. Disse que aconteceu num sábado, no início de junho, depois do almoço e que Marcos Valério usava um terno escuro.
Segundo o tesoureiro, o dinheiro foi entregue em dois dias, em malas. A primeira com R$ 2,2 milhões e a segunda com o restante, ou seja, R$ 1,8 milhão. Diante de Palmieri na acareação, o empresário Valério negou ter protagonizado as entregas.
- O que acho estranho é que o Marcos Valério não entregou, o José Genoino não sabia, o Delúbio Soares não autorizou. Mas Roberto Jefferson foi cassado pelos quatro milhões e eu presenciei a entrega. É difícil - afirmou Palmieri.
Palmieri afirmou acreditar que Jefferson não havia distribuído o dinheiro. O relator da CPI, deputado Ibrahim Abi Ackel (PP-MG), recorreu às notas taquigráficas do depoimento de Jefferson à CPI, no qual o deputado cassado admite que distribuiu o dinheiro sozinho, sem participação de dirigentes do PTB. Palmieri contou então que Jefferson apenas pediu-lhe que separasse as notas em maços de R$ 150 mil e R$ 200 mil.
No final do depoimento, Marcos Valério reafirmou que não entregou o dinheiro ao ex-deputado Jefferson e disse ter provas de que estava fora do país na ocasião. O presidente da CPI, Amir Lando insistiu:
- Então, na sua contabilidade não cabem esses R$ 4 milhões?
- Exatamente - disse Valério.
- Estamos perplexos, o dinheiro existiu, precisamos saber a origem - retrucou Lando.
Outro ponto importante da acareção ocorreu entre Palmieri e Simone Vasconcelos. Ela garantiu que conhecia o tesoureiro do PTB, mas ele negou tê-la visto pessoalmente ou mesmo conversado por telefone com ela.
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