A traficante Sonia Aparecida Rossi, 47 anos, conhecida como 'Maria do Pó' e uma das principais distribuidoras de cocaína no país, fugiu da Penitenciária Feminina do Carandiru. Ela escapou junto com uma presa identificada apenas como Cleonice, por volta das 13h desta quinta-feira. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária, Maria do Pó teria se misturado a detentas que estavam trabalhando na pintura de pavilhões, do lado de fora do presídio.
Sonia Aparecida Rossi é condenada por tráfico de drogas a 34 anos de prisão. É também acusada de participar do crime organizado na região de Campinas e no Vale do Paraíba e seria dona dos 340 quilos de cocaína que desapareceram do Instituto Médico Legal da cidade em 1999. O traficante Cláudio da Silva Santos foi preso com a droga na cidade de Indaiatuba, no mesmo ano, e estava junto com Sonia. À CPI do Narcotráfico, ele contou que, apesar de ter dito à polícia que era namorado dela, Sonia foi solta pelo delegado logo depois no flagrante. No inquérito policial, o nome dela teria constado apenas como testemunha.
Presa em abril de 2000 e baleada na perna pela Polícia Federal, Sonia passou pela Casa de Custódia de Taubaté, presídio masculino do Vale do Paraíba que chegou a abrigar apenas seis detentas mulheres, todas consideradas de alta periculosidade. Sonia foi a primeira mulher a ser presa no local, justamente por causa das condições de segurança. Durante sua permanência no presídio, um grupo armado foi preso em Taubaté, acusado de tentativa de resgate de 'Maria do Pó'.
Em 2002, foi transferida por bom comportamento para a penitenciária de Tremembé, onde ficou até o ano passado, quando foi inaugurada a Penitenciária Feminina do Carandiru, dia 8 de dezembro.
Sonia também foi ouvida pela CPI do Narcotráfico e negou ter negociado com policiais para ser liberada, quando foi detida junto com o namorado com os 340 quilos de cocaína.
Também em depoimento à CPI, Rogério Gonçalves, que trabalhava como motorista de Sonia, disse que uma de suas funções era a de entregar envelopes lacrados a policiais, "com os cumprimentos de Maria do Pó", a fim de facilitar o transporte de drogas nas estradas.
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