De saída do PV, a ex-senadora Marina Silva não terá tempo hábil para criar uma nova sigla política para as eleições de 2012, mas pretende subir no palanque de candidatos que abracem a causa da sustentabilidade, independente de filiação partidária. A ex-senadora irá comunicar a sua desfiliação do PV na semana que vem, quando deverá anunciar ainda a intenção de retomar o movimento Brasil Sustentável.
"Essa posição será manifestada na próxima quarta-feira, provavelmente em Brasília", antecipou um aliado da ex-senadora. "O objetivo, no primeiro momento, é apoiar em 2012 as candidaturas de vários partidos que se comprometerem com essa agenda, com essa plataforma", acrescentou. A proposta é de que, a longo prazo, o movimento Brasil Sustentável ganhe capilaridade política e, em 2014, tenha potencial para se tornar uma nova sigla.
A ideia ainda é discutida entre os aliados da ex-senadora, que defendem que uma eventual nova legenda deve unir os conceitos de "verde" e "cidadania". "Não há nomes ainda, até porque essa é uma questão a ser tratada mais para frente", ressaltou um parlamentar do PV. Com a ex-senadora, devem deixar o PV na próxima semana o ex-presidente do diretório estadual do PV-SP, Maurício Brusadin, o ex-coordenador da campanha presidencial do PV, João Paulo Capobianco, o ex-candidato ao Senado Federal por São Paulo, Ricardo Young, e o empresário Guilherme Leal, que foi seu vice na disputa presidencial no ano passado.
A candidata do PV à sucessão presidencial em 2010 passou a última semana preparando-se para anunciar nesta terça-feira (28) a sua desfiliação da sigla. O comunicado à imprensa sobre a sua saída foi discutido, no sábado, 25, com assessores, e até mesmo havia sido reservado um local para o anúncio oficial. No domingo, 26, contudo, a ex-senadora foi convencida a esperar até a próxima semana para deixar o PV.
O pedido foi feito por alguns aliados próximos, que aguardam a possibilidade, ainda que remota, da atual direção do partido ceder às reivindicações do grupo aliado à ex-senadora. "Há pessoas que ainda insistem que é possível um acerto com o PV", disse o ex-coordenador da campanha presidencial do PV, João Paulo Capobianco. "Eu diria que o processo está na fase terminal".
Crise
A crise, cujo desfecho deve ser a saída da ex-senadora, se arrasta desde março, quando aliados de Marina Silva propuseram, em um documento, mudanças na estrutura partidária. O grupo da ex-senadora defende uma ampla campanha de filiação, recadastramento dos filiados e a promoção de eleições diretas para a direção do partido. A iniciativa encontrou resistência entre lideranças do partido, entre elas o atual presidente nacional do PV, José Luiz Penna, que ainda não deram uma resposta às reivindicações.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas