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A senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo PV, Marina Silva (AC), disse nesta sexta-feira (19) que se eleita irá preservar as conquistas obtidas pelas políticas econômicas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, em relação ao controle da inflação e à autonomia do Banco Central.

Durante entrevista concedida durante a terceira edição do Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico, na tarde desta sexta-feira em Cuiabá, Marina Silva elogiou o fato de nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) não ter elevado a taxa de juros. "É preciso apostar nos investimentos", receitou. Ela também destacou o superávit primário, que permitiu ao Brasil atravessar o momento difícil de crise financeira internacional. "Temos de mediar tudo isso com os recursos necessários para termos investimentos", analisou.

Marina fez os comentários sobre política econômica ao comentar a suposta "tucanização" da sua candidatura, em função da adesão de economistas como Eduardo Gianetti da Fonseca, Paulo Sandroni e José Eli da Veiga. Ela afirmou que o PV não faz policiamentos e as contribuições são recebidas "de forma promissora". Marina lembrou que no Rio o provável candidato a governador pelo PV, deputado federal Fernando Gabeira, terá apoio do PSDB, enquanto no Acre o PV deve apoiar o nome indicado pelo PT.

Ela afirmou que não entende o que significa "essa história de neoliberalismo verde que está sendo inventada". Segundo ela, o objetivo é elaborar um programa com coerência interna e externa, com base nos princípios orientadores do que será o novo modelo da economia de baixo carbono. "Queremos um Pais economicamente próspero, socialmente justo, culturalmente diverso e politicamente democrático. Vamos sair dos rótulos.

Em relação ao pré-sal, Marina acredita que existe o risco de o processo eleitoral contaminar as discussões sobre a distribuição dos royalties. Ela defendeu o adiamento das decisões para 2011, deixando que o assunto seja analisado "à luz da reforma tributária". Ela disse que concorda com a proposta do senador Pedro Simon (PMDB-RS) de convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva, cujos deputados e senadores teriam mandato de seis meses para elaborar as reformas tributária, trabalhista e política - incluindo nesta última a questão do financiamento público de campanha, "que evitaria os escândalos".

Pesquisa

Em relação à mais recente pesquisa CNI/Ibope de intenção de votos para presidente da República, que a coloca em quarto lugar com 6%, Marina disse que vê o resultado como positivo. "A candidatura do PV tem apenas seis meses e outras candidaturas, com cabos eleitorais muito fortes, levaram muito tempo de para sair do 1% para 5%", afirmou. "A exposição dos outros partidos, que têm a máquina de governo, é muito mais forte. Temos um projeto nacional que sai da polarização plebiscitária PT e PSDB" completou.

A agenda de Marina Silva em Cuiabá prevê palestra hoje à noite sobre ética e sustentabilidade, na sede da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso. Amanhã, às 10h, a senadora profere palestra para empresários na Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt).

O presidente da Fiemt, Mauro Mendes, é um dos pré-candidatos ao governo de Mato Grosso pelo PPS, que busca apoio do PV. Marina disse que a tendência no Estado seria o partido ter candidatura própria, mas observou que a decisão depende do diretório regional.

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