A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, afirmou neste sábado (6) que a elaboração de dossiês durante campanhas eleitorais põe em risco a democracia e ameaça também as eleições no país.
Pelas suas qualidades pessoais, Marina disse que seus adversários não precisariam lançar mão de tal artifício. Ela se referia a reportagens divulgadas pela imprensa neste fim de semana que voltam a falar de supostas articulações de integrantes da campanha da pré-candidata petista Dilma Roussef para criar uma central de intelígência com a participação de arapongas, e também para elaborar dossiês contra o tucano José Serra e pessoas próximas a ele.
"Não se pode aceitar isso (dossiês). As denúncias devem ser produzidas com coinsistência e informações institucionais, e não com qualquer coisa que extrapole o estado democrático de direito. Serve como um alerta para todos nós, partidos, candidatos e cidadãos", disse Marina, que na manhã deste sábado visitou o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Marina disse ainda que denúncias precisam ser feitas, mas sem a violação dos direitos individuais. Qualquer apuração, continuou, deve ser realizada por instituições públicas e com autorização de Justiça.
"É preciso tolerância zero com qualquer coisa que viole os direitos democráticos. Não estou prejulgando, falo como princípio e valores que devem ser seguidos. Os fins não justificam os meios", apontou.
Depois de visitar o INPE, aproveitando a celebração do Dia Mundial do Meio Ambiente neste sábado, a candidata do PV apresentou as suas propostas para o país enfrentar as mdanças climáticas e se previnir de desastres naturais.
Marina lembrou dos recentes acontecimentos em Niterói, onde dezenas de pessoas foram soterradas pelo deslizamento de uma encosta próxima a um aterro sanitário desativado.
Segundo ela, as chuvas em mais de 300 municípios somente este ano causaram a morte de cerca de 500 pessoas e deixaram 300 mil desabrigados. De 2007 a 2009, continuou ela, os municípios afetados por desastres naturais no país passaram de 525 para 1.408, elevando de 2,5 milhões para 5 milhões o número de peesoas atingidas por esses eventos.
"Precisamos evitar as repetições dessas tragédias. Temos que tratar essa questão com magnitude e transpassar o século com o objetivo de integrar o meio ambiente e o desenvolvimento. Não podemos apenas discutir o verde pelo verde", disse Marina aos técnicos de INPE, que apresentaram à candidata um plano de cinco anos para modernização dos sistemas de monitoramento climático no país.
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