A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, evitou comentar as dificuldades que seu concorrente José Serra (PSDB) teve para encontrar um vice, mas aproveitou para destacar algumas diferenças entre as duas campanhas, nesta quarta-feira, em Porto Alegre, destacando a "tranquilidade" com que montou sua chapa. "Prefiro trabalhar os méritos do meu vice do que ficar discutindo problemas daqueles que estão cheios de temeridades em relação a seus processos internos", afirmou, para tecer elogios ao empresário Guilherme Leal, "pessoa com trajetória associada à responsabilidade ambiental e social e empresário que tem o respeito de seus pares".

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Marina foi a única dos três principais presidenciáveis que participou, como entrevistada, de uma sabatina programada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) para encerrar o 30º Congresso de Municípios do Estado, nesta quarta-feira, em Porto Alegre. Serra cancelou a viagem ao Sul para concluir as negociações para a escolha do vice. Dilma Rousseff havia recusado o convite. A candidata vem evitando se expor em eventos que reúnam integrantes de partidos de sua base que travam a disputa estadual no Rio Grande do Sul, onde o PT enfrenta uma aliança do PMDB com o PDT.

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Falando para uma plateia de cerca de 250 pessoas, quase todas vinculadas a prefeituras gaúchas, Marina prometeu reativar o Fundo Nacional de Defesa Civil para evitar que, a cada desastre ambiental, as prefeituras fiquem dependendo de liberação de recursos por Medidas Provisórias. "Precisamos ter um fundo para ser aplicado nesses momentos de forma transparente, com liberação rápida, evitando o direcionamento para a base desse ou daquele ministro", explicou.

Marina também mostrou-se contrária à transferência para os Estados da elaboração da legislação ambiental. A candidata explicou que isso poderia gerar uma "guerra ambiental", na qual as unidades da federação e os municípios poderiam tentar atrair investimentos privados mediante redução de exigências de proteção à natureza.

Otimista em relação à campanha, Marina sustentou que sua posição nas pesquisas não é estável porque evoluiu de 3% até 12%, de acordo com diferentes institutos, e disse acreditar que a preferência por seu nome vai aumentar à medida em que a exposição dos concorrentes ficar mais equilibrada. "Não tenho dúvida de que o povo brasileiro vai assumir a responsabilidade de revogar o plebiscito", afirmou, referindo-se à via alternativa, que acredita representar, à polarização entre Dilma e Serra.