A senadora Marina Silva (PV-AC), pré-candidata à presidência da República pelo Partido Verde, defendeu nesta segunda-feira o adiamento do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Segundo ela, somente assim será possível avaliar todos os fatores envolvidos na construção do empreendimento.
"Antes que a gente tenha algum prejuízo social ou econômico, que a gente faça o adiamento do leilão para poder analisar com acuidade todas as questões que estão colocadas", disse Marina a jornalistas após participar de um debate sobre a emissão de gases.
Marina afirmou que ainda não tem uma posição fechada sobre a construção da usina. "Eu não tenho uma posição a priori de ser contra ou a favor do empreendimento. Nós temos que avaliar todos os aspectos para verificar se ela é viável ou não", acrescentou, defendendo a transparência do processo de avaliação pelo governo federal.
A senadora, ex-ministra do meio-ambiente do governo Lula, afirmou que a polêmica sobre a usina de Belo Monte, no Rio Xingu, já leva 20 anos e que durante esse período houve a participação na avaliação de órgãos federais, do Ministério Público e de ONGs, e que mesmo assim ainda não se chegou a uma conclusão final.
Na semana passada, o Ministério Público Federal do Pará abriu duas ações civis públicas na Justiça Federal em Altamira contra o licenciamento ambiental que liberou a construção da usina.
O leilão para construção e operação da usina de Belo Monte está previsto para 20 de abril. O preço-teto por megawatt-hora é de 83 reais, e os investimentos são calculados em 19 bilhões de reais. Vence a empresa ou consórcio que oferecer a menor tarifa.
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