Marina Silva, ex-candidata à Presidência.| Foto: Vagner Campos/DIV

Quase um ano após ter disputado a eleição presidencial pelo PSB, a ex-senadora Marina Silva participou de evento do partido realizado nesta segunda-feira (10) em Recife em homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto do ano passado. Apesar da proximidade com a família Campos, políticos socialistas comentaram que Marina estava visivelmente deslocada.

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Prestes a deixar o partido – a previsão de seus auxiliares é que a Rede seja criada até o final do mês –, Marina foi criticada, nos bastidores, por sua “aversão” a políticos, a partidos e a “soluções concretas”, segundo apontaram socialistas. Reservadamente, duvidava-se de que Marina estará no páreo presidencial em 2018.

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“Ela não gosta de político, tem muitas restrições a muita gente. Como vai querer ser candidata à Presidência sem nem ter deputado?”, questionou um socialista.

“A Rede, se for criada mesmo, não vai ter nada de TV ou fundo partidário. Marina não vai conseguir atrair políticos só com esse discurso etéreo”, afirmou outro dirigente.

Renato Casagrande, presidente da fundação João Mangabeira, ligada ao PSB, deixou claro que, em 2018, Marina só estará com o partido se for em uma aliança.

“A Marina em um projeto próprio, no PSB não é mais uma opção. Em uma aliança, sim, assim como PPS e PDT podem se alinhar conosco em uma proposta alternativa”, disse Casagrande.

Marina passou boa parte do tempo ao lado do ex-deputado Beto Albuquerque, que disputou como vice dela na chapa presidencial. Em seu discurso, que finalizou com um poema, Marina falou da necessidade de se ter uma “agenda conjunta” para superar os momentos difíceis.

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“Acima de nós está o Brasil, a democracia, nossa Constituição; 200 milhões de brasileiros que querem um Brasil melhor. Temos que ter a humildade, cada um de nós aqui, de compreender que, em momentos difíceis, as respostas não estão individualmente com nenhum de nós, mas entre nós. É preciso que se juntem para uma agenda em que o Brasil esteja em primeiro lugar. A verdade não está com nenhum de nós, mas entre nós”, disse.