Maringá é a cidade que mais ganhou verba para rodovias

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Maringá é o município brasileiro que mais foi beneficiado por convênios, desde 2003, com o Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) – órgão que está no centro da crise dos Transportes. A informação foi divulgada na edição de ontem do jornal Folha de S.Paulo. Segundo a reportagem, foram R$ 148,6 milhões em convênios no período.

O jornal ainda questionou uma suposta influência de Teresinha Rocha Nerone, dona de uma empresa contratada pela prefeitura em maio de 2008, na liberação de recursos federais para obras rodoviárias na cidade. Teresinha é amiga do casal de ministros Paulo Bernardo (Comunicações) e Gleisi Hoff­­­mann (Planejamento). Até o ano passado, Bernardo era ministro do Planejamento.

Segundo a reportagem, a prefeitura assinou quatro convênios com o Dnit. Desses, três foram firmados depois que o município contratou Teresinha para captar recursos em órgãos públicos estaduais e federais. O quarto e maior convênio da cidade foi firmado bem antes, em 2004, e tem valor de R$ 94,1 milhões. Mas, de acordo com a matéria da Folha, 75% do valor só foi liberado após a contratação de Teresinha.

Os convênios firmados com o Dnit no período envolvem o rebaixamento da linha férrea que cruza a cidade e a desapropriação de áreas para a construção do Anel Viário de Maringá (Contorno Norte).

Em resposta à reportagem da Folha, a prefeitura de Maringá negou que tenha feito lobby e informou que o fato de o município ser líder em convênios assinados com o Dnit se deve a apresentações de "excelentes projetos". A prefeitura ainda informou que os serviços prestados por Teresinha não incluem a atuação para liberação de recursos ou assinatura de convênios, e que o contrato com a empresa dela "engloba apenas a prestação de serviços profissionais especializados da área técnica no acompanhamento de projetos".

O Dnit informou que Te­­resinha não teve nenhuma participação na celebração dos convênios, que seguiram o critério de necessidade e importância das obras. À Folha, Paulo Bernardo negou que Teresinha o tenha procurado para tratar da liberação de recursos. E Teresinha não deu retorno à reportagem.