Filas e falta de especialistas são problemas na área da saúde
Maringá é um dos maiores polos do Paraná no que se refere à área da saúde. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 84,3% dos estabelecimentos de saúde da cidade são privados e apenas 14,3% são administrados pelo município. Com a alta demanda, o sistema público acaba ficando saturado.Segundo o secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Nardi, cada vez mais pessoas que preferiam consultas particulares têm optado pelo atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
"Estamos com mais de 25 mil consultas, exames e cirurgias em fila de espera. Em algumas delas o prazo é de um mês, contudo há aquelas que damos o prazo de até 180 dias, como consulta em neurologia infantil ou reumatologia. Assim como a solicitação de leitos, a demanda continua crescendo", diz Nardi.
A fila de espera expõe outro problema na área da saúde no município: a falta de profissionais. "A falta de médicos é uma situação nacional, o Ministério da Saúde busca incansavelmente uma solução para o problema. Em Maringá foram feitos 14 concursos, mas não foi suficiente para preencher todas as especialidades. Temos muita demanda e faltam pelo menos seis equipes do Programa Saúde da Família", alega o secretário municipal da Saúde.
Segundo a coordenadora do curso de Medicina do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), Nilce Marzolla Ideriha, a falta de profissionais é uma realidade nacional, tanto que o desafio para as escolas de Medicina é formar os médicos generalistas. "Após formado o novo médico tem a capacidade de atender 80% dos casos. Se o primeiro atendimento for preciso, evita que os problemas persistam e as pessoas tenham que buscar especialistas", diz ela. Nilce, lembra ainda que o recém-formado tende a buscar residência médica em áreas mais rentáveis. "É uma tendência natural a busca por áreas que ofereçam mais renda, ao passo que o serviço público é visto como algo passageiro".
A longo prazo as perspectivas são boas para os profissionais em Maringá, já que a cidade tem três cursos de Medicina. O curso da Universidade Estadual de Maringá (UEM) é o mais antigo e oferece 40 vagas. A Faculdade Ingá (Uningá) e o Cesumar oferecem mais 100 vagas. "Até 2017 serão pelo menos 240 novos profissionais formados em Maringá, e isso pode mudar a realidade local, principalmente no atendimento primário", avalia Nilce.
Atualmente, Maringá tem 31 unidades de saúde, um corpo médico com 230 profissionais, 2.376 servidores e 65 equipes do Programa Saúde da Família. No ano passado, cerca de 33 mil internações foram registradas na rede municipal.
Pupin defende abertura de concurso; Verri quer acabar com filas
O candidato Carlos Roberto Pupin (PP) defende a abertura de concursos para melhorar o atendimento de saúde em Maringá. "Nos últimos anos realizamos alguns concursos e continuaremos a realizar, temos planos de melhorar o pagamento dos médicos e equipes da área da saúde", afirma.
Já o candidato Enio Verri (PT) pretende reduzir a fila de consultas especializadas. "Em três meses é possível acabar com a fila de consultas, comprando na rede particular. Além disso, vamos contratar médicos e retomar as policlínicas".
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O verde sempre foi motivo de orgulho para Maringá e se tornou símbolo da cidade. Sibipirunas, Flambaoyants, Ipês amarelos, roxos e brancos entre outras espécies formam verdadeiros túneis verdes pelas ruas e avenidas. Quem vê Maringá do alto dos prédios tem a impressão de que há uma cidade incrustada em meio à mata. Apesar do título de "cidade verde", Maringá não está isolada de problemas relacionados ao meio ambiente. O Parque do Ingá, o Bosque II e o Horto Florestal têm problemas graves de erosão. Além disso, para receber as 300 toneladas de lixo produzidas diariamente pelos 357 mil maringaenses a cidade conta com um aterro controlado, cuja licença ambiental de operação espira em em 16 de novembro de 2013.
Leia as propostas dos candidatos para a área do meio ambiente
Diante dessa realidade, o desafio para a cidade nos próximos anos é desenvolver políticas públicas que vão de encontro às soluções esperadas para os parques e bosques. Também será preciso priorizar a busca para a destinação correta e eficaz do lixo, sem esquecer-se de incluir educação ambiental no rol das políticas públicas.
O lixão de Maringá que funcionou por 36 anos foi oficialmente fechado em 2010 e estima-se que o passivo ambiental resultante do recebimento diário de lixo no local supere 3 milhões de toneladas. O município atendeu uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que proibiu o depósito de resíduos no lixão. O STF também determinou que o município recupere a área. Desde então, todo o lixo da cidade é direcionado para uma pedreira, onde o material é depositado em cavas.
De acordo com o geógrafo e ambientalista Jorge Villa Lobos, que dirige o Observatório Ambiental da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a prefeitura está executando a sentença que determinou o fechamento do lixão e sua recuperação, porém não de forma plena. "Hoje no antigo lixão há uma grande área verde que esconde toneladas de passivo ambiental que continuam sem tratamento. Falta ainda resolver o problema dos gases resultantes da decomposição dos sedimentos e o chorume que escorre para rios menores e que acabam levando o material para o Rio Ivaí", afirma Villa Lobos.
Para o especialista, direcionar o lixo da cidade para uma pedreira é uma medida paliativa, que poderá trazer conseqüências similares à utilização do antigo lixão. "Se os resíduos não forem tratados da maneira correta na pedreira, o resultado futuro será idêntico ao do antigo lixão. Muito do que é depositado lá poderia ser reaproveitado e isso representa também um problema social", diz Villa Lobos. "Se o problema não for tratado em sua raiz, as consequencias futuras para o meio ambiente serão catastróficas. A solução mais simples e de resultado é sem dúvida a reciclagem".
Com relação às áreas verdes, como o Parque do Ingá, o Bosque II e o Horto Florestal, o ambientalista é categórico ao afirmar que o principal problema é a erosão. "O despejo de águas pluviais dentro dos parques é o grande causador das erosões, que comprometem a existência dessas áreas verdes. O município deve traçar planos eficazes para recuperar e evitar que as erosões surjam e impedir o crescimento daquelas que já existem.
Para conter o processo erosivo no Parque do Ingá, a prefeitura de Maringá construiu um canal de drenagem com 1,4 mil metros de extensão, 1,8 metro de altura e 2 metros de largura. Com custo estimado em R$ 1,8 milhão, o canal foi implantado no traçado da erosão que cortava a área verde.
Foi utilizado o sistema de gabião blocos de pedras revestidas por uma tela de arame galvanizado. As pedras atuam como limitadoras da velocidade da água das chuvas no interior do parque.
Para Pupin, solução está na educação ambiental
O candidato Carlos Roberto Pupin (PP) analisa que o futuro para o meio ambiente está na educação ambiental. "Eu vejo o futuro para o lixo não de outra forma senão trabalhando a redução, reutilização, reciclagem e reaproveitamento", afirma. "Essas práticas englobam todo o caminho dos materiais, da saída das indústrias até nossas casas. Devemos trabalhar a educação ambiental e fomentar a utilização de forma plena de todo o material, para que não se torne lixo".
Em relação ao destino final, Pupin, que é vice-prefeito na atual administração, disse que a prefeitura cumpre as exigências da Promotoria do Meio Ambiente. "Estamos cumprindo o Termo de Ajustamento de Conduta [TAC] estabelecido com a Promotoria e estamos recuperando o antigo lixão e o providenciamos um aterro controlado dentro das normas ambientais".
O candidato afirmou ainda que as obras nos parques continuarão, para que todas as áreas verdes sejam recuperadas. "No Parque do Ingá fizemos uma obra para conter a erosão e diminuir o efeito da água da chuva. Outras iniciativas serão tomadas para melhorar todas as áreas verdes".
Verri diz fará "intervenção cirúrgica" nas áreas verdes
O candidato Enio Verri (PT) alega que o Parque do Ingá, o Bosque II e o Horto Florestal estão comprometidos estruturalmente. "Essas áreas possuem graves problemas por causa da erosão. Devemos fazer uma intervenção cirúrgica e isso implica uma grande quantidade de recursos, que vamos buscar junto à Sanepar", diz o candidato. "A empresa tem contrato com o município até 2013 e pretendo renovar o contrato, porém negociando que ela estabeleça os 100% de esgoto na cidade e que assuma o saneamento, que é a principal demanda dos parques, eliminando assim as erosões".
Para Verri, o processo de coleta e reciclagem do lixo, além da destinação do resíduos, deverá ser refeito desde o início. "Nós teremos que começar do zero e usar o que há de mais revolucionário, que é a reciclagem. Além de incentivar a separação de material e a criação de cooperativas de reciclagem".
Primeiro turno
No primeiro turno das eleições, Carlos Roberto Pupin teve 82.995 votos, 42,36% dos válidos. Enio Verri teve 68.624 votos, 35,02% dos válidos.
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