O marqueteiro petista João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, foram soltos nesta segunda-feira (1.º). Eles estavam presos há cinco meses na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O casal pagou uma fiança de mais de R$ 30 milhões, valores já bloqueados pela Justiça durante o processo na Lava Jato, e não poderão trabalhar em qualquer campanha eleitoral. Eles saíram sem falar com a imprensa.
Em despacho que liberou os dois, o juiz Sergio Moro considerou que a prisão não era mais “absolutamente necessária” já que a fase de instrução dos processos contra o casal está no fim e eles se mostraram dispostos a “esclarecer os fatos”.
Em depoimento à Justiça no último dia 22 de julho, o casal admitiu que parte da campanha da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) à Presidência em 2010 foi paga no exterior.
Mônica Moura saiu sorrindo, mas não quis falar com a imprensa. Já João Santana estava com a cara fechada e permaneceu com a cabeça abaixa boa parte do trajeto da porta da PF até o carro. Para o juiz, o casal não apresentou características tradicionais de operadores do esquema.
“Nessa avaliação, tenho também presente que a situação de ambos difere, em parte, da de outras pessoas envolvidas no esquema criminoso da Petrobras. Afinal, não são agentes públicos ou políticos beneficiários dos pagamentos de propina, nem são dirigentes das empreiteiras que pagaram propina ou lavadores profissionais de dinheiro”, escreveu Moro.
O casal poderá ficar tanto em São Paulo ou em Salvador onde possuem residência declarada à Justiça. Eles não ficarão com tornozeleira eletrônica, mas estão proibidos de sair do país.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”