Com a intenção de disputar a sucessão à prefeitura de São Paulo, a senadora Marta Suplicy avisou ao PSB que se desfiliará do PT até o mês de maio. A informação foi repassada à cúpula estadual do partido pelo empresário Márcio Toledo, namorado da petista e principal articulador de sua candidatura no ano que vem.
Além do PSB, o empresário informou a intenção de Marta ao governo de São Paulo, de Geraldo Alckmin (PSDB), que deu aval ao movimento político. Para ser candidata no ano que vem, a petista precisa estar filiada ao partido em outubro, um ano antes da eleição municipal.
A antecipação da decisão tem como objetivo dar mais tempo à senadora para articular uma candidatura competitiva, com o apoio de siglas como PPS, PV e Solidariedade.
A filiação de Marta ao PSB conta com o apoio da cúpula nacional do PSB, mas ainda encontra resistências entre lideranças do partido em São Paulo. O receio é de que, ao se filiar à legenda, a petista transfira ao PSB parte da rejeição ao PT no Estado. No PT, a avaliação majoritária é de que é pouco provável que a petista recue da decisão e continue na sigla.
As investidas do comando do partido não tiveram até o momento resposta da senadora, que tem intensificado as críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O PT em São Paulo tem monitorado o ânimo da militância nos diretórios zonais diante dos ataques que a senadora tem feito ao governo federal. Os resultados apontam um descontentamento dos eleitores da petista, que gostam da senadora, mas a têm achado “agressiva”.
Para petistas, o último sinal de que não há espaço para uma negociação foi dado na semana passada, quando a senadora convidou o governador paulista e secretários estaduais para sua festa de 70 anos, que será promovida nesta sexta-feira (20).
Os aliados petistas da senadora, que participaram das últimas comemorações, não foram convidados para a festa deste ano.
A avaliação de pessoas próximas a Marta é de que ela considera que a campanha à prefeitura de São Paulo é sua última oportunidade de voltar a exercer um cargo no Poder Executivo.
Segundo a reportagem apurou, no entanto, ela ainda estaria disposta a continuar no PT caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantisse à petista a vaga de candidata do partido ao governo de São Paulo em 2018, o que é considerado pouco provável.