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Concentração na Santos Andrade: protesto até debaixo de chuva | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Concentração na Santos Andrade: protesto até debaixo de chuva| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Paraná

No interior, adesão foi pequena

Londrina e Maringá - Em Londrina, o protesto contra a corrupção não teve grande adesão, mas conseguiu fazer barulho durante o desfile da Independência. Os manifestantes, mascarados, ficaram mais de uma hora em frente ao palanque das autoridades, mostrando cartazes de protesto.

O prefeito, Barbosa Neto (PDT), que enfrenta várias acusações de irregularidades em sua administração, saiu mais cedo do evento. Os manifestantes comemoraram, dizendo que a pressão conseguiu algum resultado. A prefeitura, porém, informou que Barbosa Neto deixou o local apenas porque precisava atender outros compromissos.

Em Maringá, estudantes e trabalhadores também fizeram uma manifestação pacífica. O grupo aproveitou o desfile de Sete de Setembro na região central para distribuir panfletos para o público presente.

Fábio Silveira e Marcus Ayres

Um grupo de 80 pessoas, boa parte usando máscaras, protestou ontem no Centro Cívico de Curi­­tiba. Os manifestantes, na maioria estudantes entre 16 e 20 anos, saíram debaixo de chuva da Praça Santos Andrade, com cartazes criticando a "falta de democracia" no país. Em frente ao Palácio Iguaçu, eles cantaram o Hino Nacional. As máscaras usadas eram do personagem do filme V de Vingança, que retrata a saga de um anarquista vivendo em meio a sociedade totalitária.

O grupo carregava faixas com protestos políticos contra a corrupção, algumas até irônicas: "Nas próximas edições de nossos dicionários a palavra ‘honestidade’ terá como sinônimo ‘burrice’", dizia uma. Os manifestantes também cantavam palavras de ordem, co­­­mo "Imposto é desgosto" e "Estádio não, sim a educação", em referência aos investimentos públicos em estádios de futebol privados para a Copa do Mundo de 2014.

Alguns manifestantes capricharam na produção. O estudante Alexandre Grispin, de 18 anos, por exemplo, ficou sabendo da passea­ta por meio de um professor do cursinho pré-vestibular. Depois de se informar pela internet dos detalhes, ele compareceu a caráter. Trajava terno, camisa, gravata, a máscara do "V" e uma cartola. "Quan­­­to mais a gente chamar a atenção melhor. É para o povo enxergar o problema da política", disse.

Outro manifestante, que se identificou apenas como Anony­­­mous, disse que, mesmo com o mau tempo tendo afastado muita gente, o protesto era importante para colocar o ativismo do grupo na rua. "A corrupção não para, mesmo debaixo de chuva."

No meio de vários jovens, dois senhores de cabelo branco chamavam a atenção. Os dois ficaram sabendo do protesto pela internet e resolveram participar. "Eu vim pela vontade de mudança", afirmou Antonio Romero Ciconini, de 64 anos. Ele caminhava com uma folha sulfite nas mãos com frases de protesto.

Já José Philippi, de 60 anos, contou que chegou a combinar com sete amigos para irem juntos a passeata ontem. Ao passar na casa deles, encontrou todos de pijama e acabou indo sozinho.

No Paraná, os protestos foram organizados pelo grupo Anony­­­mous PR, que ficou conhecido na metade deste ano depois de derrubar sites governamentais em protesto pela corrupção. As manifestações foram agendadas em nove cidades do interior do estado: Londrina, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Astorga, Toledo, Paranavaí e Quatro Barras.

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