Acusado de pedofilia, o médico ortopedista e ex-aspirante a oficial do Exército, Fábio Roberto dos Santos Bertini, de 30 anos, foi condenado nesta sexta-feira a 62 anos de prisão, em regime fechado. O julgamento ocorreu em São Vicente, litoral paulista.
Bertini foi processado pelos crimes de estupro e atentado violento ao pudor, ambos hediondos, porque teria abusado sexualmente de sete crianças (três meninos e quatro meninas), com idades entre 8 e 13 anos. A decisão ainda não é definitiva, cabendo recurso. A Justiça condenou o médico em relação aos crimes cometidos contra cada uma das sete vítimas e somou as penas. Segundo comentários, mais crianças foram molestadas pelo réu, porém, elas não revelaram esses abusos aos pais.
Os crimes vinham sendo praticados desde 2002, mas só vieram à tona em março do ano passado, quando uma menina de 13 anos contou para a mãe o que vinha acontecendo. A mulher relatou o ocorrido para as mães de outras crianças que freqüentavam a casa do médico e mais casos foram descobertos.
Até então, Bertini era uma pessoa acima de qualquer suspeita e gozava da confiança dos pais das vítimas. "Ele era prestativo, aparentava ser amigo e levava as crianças do bairro para passear na praia", comentou nesta sexta-feira a mãe de uma das crianças.
Os crimes aconteceram na residência do réu, que morava com a mãe. Sob o pretexto de exibir fitas de vídeo e jogar videogame, ele atraía as vítimas até o imóvel. Uma delas é sobrinha de Bertini.
O médico teve a prisão preventiva decretada e, devido à sua condição de aspirante a oficial naquela época, permaneceu em uma cela do Batalhão de Infantaria Leve, em São Vicente. Depois, foi transferido para outro quartel do Exército, no Rio de Janeiro.
Cumprido o período de serviço militar e desligado das Forças Armadas, Bertini foi removido para a Penitenciária de Tremembé, no interior do estado, onde ocupa uma cela reservada a presos jurados de morte. A população carcerária não tolera autores de crimes sexuais, principalmente quando praticados contra crianças.