A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores vistoriou na manhã desta terça-feira o Hospital Lourenço Jorge, na Barra, uma das unidades de referência para os Jogos Pan-Americanos. A visita foi realizada a pedido do próprio corpo clínico, insatisfeito com a falta de condições de trabalho. Entre os problemas detectados está a falta de médicos e de insumos. A pediatria não está funcionando aos domingos e nas noites de quarta e quinta-feiras, por falta de médicos.
Os vereadores ouviram de médicos, enfermeiros e funcionários administrativos autônomos e cooperados queixas de que estão há três meses sem receber pagamento. Cirurgias também estão sendo adiadas por falta de material cirúrgico. No momento da inspeção, havia ainda pacientes internados nos corredores em macas no chão e cadeiras.
A comissão também constatou que o tomógrafo está quebrado há mais de dois meses e faltam dez tipos de medicamentos na farmácia. Um relatório será enviado ao Comitê Organizador dos Jogos.
Em 2005, os hospitais públicos do Rio passaram por uma grave cirse. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a decretar estado de calamidade na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), pois as unidades estavam superlotadas, sem equipamentos e leitos e os pacientes sofriam com a falta de médicos e remédios. A decisão do governo abriu caminho para o Ministério da Saúde assumir a gestão dos hospitais da Lagoa, Andaraí, Ipanema e Cardoso Fontes, que foram municipalizados em 1999, além do Souza Aguiar e do Miguel Couto, da prefeitura.
Os hospitais do estado também apresentam problemas. Eles estão usando pessoal sem formação na área de saúde para fazer o trabalho de triagem de pacientes. Nesta segunda-feira, o deputado estadual Paulo Pinheiro (PPS), da Comissão de Saúde da Alerj, enviou uma representação ao Ministério Público pedindo a execução imediata da lei 3.892, de julho de 2002, que institui a triagem obrigatória feita por médicos, enfermeiros e técnicos auxiliares nos hospitais.
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