Chancelaria
Itália só vai avaliar caso de foragido após solicitação do Brasil
O Ministério das Relações Exteriores da Itália informou que o caso do paranaense Henrique Pizzolato só será avaliado "se e quando" o governo brasileiro enviar informações oficiais sobre a fuga do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão. Pizzolato, que tem cidadania italiana, é considerado fugitivo pela Justiça brasileira desde a semana passada. O governo da Itália ainda não confirmou se ele entrou ou não no país.
Por meio da assessoria de imprensa, a chancelaria italiana comunicou que todas as informações que dispõe sobre possível fuga de Pizzolato para o país europeu partiram da embaixada em Brasília ou foram as veiculadas pela imprensa. A diplomacia italiana alega que não foi informada pelo governo brasileiro sequer da apreensão dos passaportes brasileiro e italiano de Pizzolato por determinação do Supremo Tribunal Federal.
Folhapress
Pedidos
Réus pedem licença para estudar e transferência
De transferência para presídios mais próximos de onde residem familiares a licença para estudar. Réus do mensalão estão abarrotando a mesa do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, de pedidos relacionados ao cumprimento das penas. Barbosa delegou a fiscalização do cumprimento da pena ao juiz Ademar Vasconcelos, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, mas manteve com ele próprio o poder de deliberar sobre pedidos de qualquer benefício para os réus.
O ex-ministro José Dirceu, que está preso no complexo da Papuda, pediu transferência para o regime semiaberto. Dirceu cumpre pena relacionada à condenação por corrupção e neste caso, como a pena é inferior a oito anos, ele teria que começar a cumpri-la em regime semiaberto. O ex-ministro foi condenado também por formação de quadrilha, mas o cumprimento da pena depende de confirmação do plenário do STF.
O ex-tesoureiro do PL Jacinto Lamas pediu licença para trabalhar, fazer curso de fisioterapia e visitar familiares. A banqueira Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural; Simone Vasconcelos, ex-diretora administrativa de uma das empresas de Marcos Valério; e o publicitário Cristiano Paz pediram transferência para presídios de Minas Gerais. Eles querem cumprir pena próximos à residência dos familiares. Os três têm famílias em Belo Horizonte.
Marcos Valério, o operador do mensalão, também pretendia pedir transferência para um presídio em Minas. Mas, segundo o advogado Marcelo Leonardo, ainda não há decisão final sobre o assunto.
Agência O Globo
O boletim médico divulgado ontem pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal descartou a possibilidade de o deputado licenciado José Genoino (PT-SP) ter sofrido enfarte do miocárdio na Penitenciária da Papuda na última quarta-feira, quando deixou a prisão e foi internado no hospital. De acordo com o documento, o quadro é estável, mas Genoino deverá permanecer internado até que sua pressão arterial esteja controlada. Os médicos afirmaram que a alteração na pressão pode comprometer o resultado de uma cirurgia recente que ele fez de "correção de dissecção da aorta" e, desse modo, aumentar os riscos de sangramento.
Não há previsão de alta para o deputado. Hoje será realizada a perícia médica solicitada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para determinar as condições de saúde de Genoino. O trabalho contará com cinco cardiologistas indicados pela Universidade de Brasília (UnB). Barbosa quer saber se Genoino, condenado a 4 anos e 8 meses de reclusão pelo STF dentro do processo do mensalão, tem condições de saúde para cumprir a pena na penitenciária ou se é necessário que ele fique em prisão domiciliar.
Barbosa autorizou que o deputado licenciado ficasse fora da cadeia até a realização da perícia. De acordo com a decisão, a junta médica "deverá esclarecer se, para o adequado tratamento do condenado, é imprescindível que ele permaneça em sua residência ou internado em unidade hospitalar".
Desabafo
Em entrevista publicada ontem no site da revista IstoÉ, Genoino disse que jamais deixará a política. "Jamais deixarei a vida política. Posso ter que mudar a forma, o local e o uniforme, mas o sentido da minha vida é lutar por sonhos e causas."
Ele voltou a dizer que não cometeu qualquer crime e criticou a sua transferência para Brasília. "Depois de uma viagem de quatro horas totalmente desnecessária, ficamos quatro horas em um pátio porque não sabiam onde nos colocar. Se não sabiam onde nos colocar, por que nos fizeram viajar?".
A transferência aconteceu no dia 16, um dia após Genoino e José Dirceu terem se apresentado à superintendência da Polícia Federal em São Paulo para começarem a cumprir suas penas.
Lembranças
Genoino também falou na entrevista sobre sua primeira sensação ao entrar na prisão. "Vieram à minha cabeça imagens terríveis de quando fui preso durante a ditadura. Mesmo com o tratamento digno e sério dos funcionários do sistema prisional, a sensação de estar preso injustamente é a mesma", disse o deputado licenciado.
Pela renúnciaA luta pela própria sobrevivência supera o corporativismo da Câmara dos Deputados e tem feito com que Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados no processo do mensalão, sofram pressões para que renunciem a seus mandatos assim que tiverem a prisão decretada. José Genoino (PT-SP) tem sido poupado porque, além de seu debilitado estado de saúde, é visto pelos pares como o único capaz de conseguir encampar um discurso de preso político capaz de sustentar uma absolvição.
Visita no hospital
O senador José Sarney (PMDB-AP) visitou na tarde de ontem o deputado licenciado José Genoino (PT-SP), internado no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. "Vim cumprir meu dever de amizade. Ele me pareceu bem, mas abatido", afirmou o senador, ao deixar o hospital.
Pedido de interferência
O ministro Gilberto Carvalho disse que pediu a interferência de ministros do STF para que Joaquim Barbosa concedesse autorização ao tratamento de Genoino. Segundo Carvalho, família e companheiros do PT estavam chegando "às raias do desespero" por conta do estado de saúde do deputado.