| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Ser líder do governo Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa em 2015 foi especialmente desafiador. O governo mandou um pacote de ajuste fiscal que desagradou à população como um todo e aos sindicatos em particular. O resultado foi invasão do plenário, deputados tendo de entrar de “camburão” no prédio e uma repressão a manifestantes que deixou 213 feridos. Luiz Claudio Romanelli (PMDB) ganhou a confiança de Richa ao conseguir a aprovação e manter a base unida apesar disso tudo. Mas o líder termina o ano dizendo que o governo poderia ter dialogado mais. Veja a entrevista.

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O sr. acha que valeu a pena o esforço do governo para aprovar as medidas impopulares de abril?

Tanto era necessário fazer o ajuste que hoje o Paraná está numa situação que nenhum outro estado da federação tem.

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As medidas eram todas necessárias, precisávamos buscar o equilíbrio do orçamento. Tanto era necessário fazer o ajuste que hoje o Paraná está numa situação que nenhum outro estado da federação tem, com as contas em dia, antecipando décimo terceiro do funcionalismo e um orçamento prevendo investimentos. Talvez o único erro tenha sido não dialogar mais.

O sr. não acha que teria sido necessário interromper a sessão de 29 de abril, que terminou com 213 feridos?

A decisão de suspender a sessão não era minha, era do presidente Ademar Traiano (PSDB). Está registrado que eu tentei suspender a sessão até que cessasse o conflito do lado de fora da Assembleia. Fiz todos os esforços para isso.

O governo perdeu base na Assembleia com esses conflitos e hoje tem 33 deputados. Como reverter isso?

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É com esses 33 que contamos. Há outros deputados que pontualmente têm votado com o governo. Mas nossa base são esses 33. E vai ser suficiente para tocar o governo.

O sr. conquistou mais apoio do governo neste ano. Pretende disputar a presidência da Assembleia, buscar um cargo no Executivo?

Eu não pretendo sair do Parlamento. A eleição para a Mesa Diretora [da Assembleia] é só no final do ano que vem, tem muito tempo. O Traiano faz um bom trabalho. Mas a eleição tem uma dinâmica própria. A disputa faz parte, não fujo da polêmica, na vida é preciso ter coragem. E a Assembleia é um espaço muito interessante na medida em que pode influenciar as políticas do estado.

Como está sua situação no PMDB e com o senador Roberto Requião?

Com o Requião não tenho tido relacionamento. Quero ver se fico no partido, mas tenho tido convites do PSB, PTB, PSDB. Não pretendia mudar, até porque sou filiado ao PMDB desde 1980, foi meu único partido.

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