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Presidente Prudente (AE) – Sob um forte aparato de segurança realizado por agentes da Polícia Federal (PF), o traficante Luiz Fernando da Costa, 37 anos, o Fernandinho Beira-Mar, foi removido do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, unidade considerada de segurança máxima do país e conduzido para Brasília (DF).

Participaram da "megaoperação" dois delegados e 12 agentes federais, incluindo uma equipe do Comando de Operações Táticas (COT), de Brasília. O comboio formado por quatro viaturas da PF e outras duas da Polícia Militar Rodoviária deixou o CRP de Presidente Bernardes por volta de 11h30 de ontem e seguiu para o Aeroporto Estadual de Presidente Prudente em um percurso de 23 quilômetros pela rodovia Raposo Tavares.

Com as algemas presas em um cinto de couro cru, sem o uniforme de presidiário e usando grifes famosas (como tênis Nike shox e óculos Oakley), Beira-Mar foi retirado do compartimento de preso da viatura da PF e colocado em uma aeronave turbo-hélice King Air-200 de prefixo PP- FOY que decolou exatamente às 12 horas com destino a Brasília.

O preso deverá permanecer na Superintendência da Polícia Federal, até que a Justiça possa adequar uma prisão para abrigá-lo.

A transferência de Beira-Mar, com limite de prazo até ontem, já estava cogitada desde o dia 14 deste mês, quando o secretário de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo, Nagashi Furukawa, recebeu a decisão judicial e comunicou o fato ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, solicitando a designação de uma unidade prisional que pudesse receber o preso.

Histórico

Beira-Mar possui condenações por tráfico de entorpecentes e formação de quadrilha. Foi condenado à pena de 11 anos em Belo Horizonte e de 21 anos em Cabo Frio (RJ), ambas por tráfico. Ele ainda é acusado de contrabando e lavagem de dinheiro e tráfico internacional de drogas e armas.

Além de cocaína e maconha, Beira-Mar especializou-se no comércio ilegal de armas pesadas, principalmente as fabricadas na Rússia.

Nesse mercado, ele se tornou um forte aliado dos principais líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), transformando-se no maior fornecedor de armamentos de grosso calibre.

Chegou a ser considerado mais um "revolucionário" na Colômbia e ganhou proteção das Farc na selva amazônica, até ocorrer a sua prisão. Ele foi preso na selva colombiana em 21 de abril de 2001. Extraditado em 25 de abril, permaneceu preso na superintendência da PF em Brasília por um ano. Em 26 de abril de 2002, foi transferido para Bangu-1, no Rio, onde em setembro do mesmo ano comandou uma rebelião que resultou no assassinato de quatro de seus rivais.

Na época, a governadora do Rio, Benedita da Silva, (PT), solicitou ajuda ao governo federal para a retirada de Beira-Mar do seu estado.

No dia 27 de fevereiro de 2003, Beira-Mar foi transferido para o CRP de Presidente Bernardes onde permaneceu por 29 dias. Em 27 de março, ele foi levado para a PF de Maceió (AL), onde ficou por 39 dias.

Durante esse período, os gastos com a manutenção do traficante foram orçados em R$ 400 mil, o equivalente a 1.666 salários mínimos da época. Beira-Mar retornou para o Presídio de Bernardes em 6 de maio, onde permaneceu até ontem.

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