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450 propostas sobre meio ambiente estão em tramitação no Congresso Nacional. A maioria delas é marcada pelo embate entre ambientalistas e ruralistas, como o projeto que trata do novo Código Florestal.

Todos juntos

A Conferência do Clima de Copenhague, realizada em dezembro, mobilizou três pré-candidatos a presidente.

O ponto alto do encontro para o Brasil, no entanto, foi o discurso de Lula que criticou a falta de empenho dos países ricos em uma solução de consenso.

O anúncio da pré-candidatura da senadora Marina Silva (PV), em setembro do ano passado, colocou o meio ambiente como um dos temas obrigatórios da campanha presidencial. A reação dos dois principais concorrentes foi imediata. Em novembro, José Serra (PSDB) sancionou o plano estadual para a redução da emissão de gases de efeito estufa em São Paulo e, em dezembro, Dilma Rousseff chefiou a comitiva brasileira que participou da Conferência do Clima (COP-15) em Copenhague.

"Não há dúvida de que o perfil do jogo mudou com a entrada da Marina", diz o cientista político Sérgio Abranches, especialista em assuntos ambientais. Segundo ele, a senadora influenciou a postura do governo brasileiro durante a COP-15. "O curioso é que a Dilma nunca teve intimidade com essa área e logo apareceu como uma nova liderança. Ela sempre foi uma adversária das medidas defendidas pela Marina quando as duas estiveram no governo."

Abranches afirma que a postura da petista como "neoambientalista" é meramente burocrática. Por outro lado, ele cita como positiva a atitude do governo de estipular por conta própria metas de corte na emissão de gases poluentes. Até 2020, a redução deve ficar entre 36,1% e 38,1%, dependendo do crescimento do Produto Interno Bruto.

Enquanto isso, o plano estadual de Serra prevê redução de 20% até 2020 (com a ressalva de que São Paulo tem mais dificuldades para diminuir a emissão porque é um estado industrial e porque grande parte da meta nacional está relacionada apenas ao controle do desmatamento da Amazônia). "Serra pode não ter a experiência necessária no tema, mas pelo menos sempre dedicou atenção à sustentabilidade", afirma Abranches. Em outra área, ele também vê dificuldades para Dilma e Ciro Gomes (PSB) defenderem a transposição do Rio São Francisco.

O ambientalista Mário Mantovani, da organização não-governamental SOS Mata Atlântica, concorda com a importância da entrada de Marina na disputa, mas acredita que o tema seria tratado de qualquer maneira. "A COP-15 não trouxe resultados práticos, mas despertou a sociedade e os políticos para a importância do meio ambiente." Até julho a ONG deve iniciar uma campanha de divulgação da agenda ambiental durante a campanha, que vai enfatizar cerca de 450 projetos da área no Congresso Nacional.

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