Em seu discurso de despedida da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Gilmar Mendes citou a denúncia feita pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, contra os 40 acusados de envolvimento do mensalão pela CPI dos Correios para criticar o governo. Mendes, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal, endossou a tese da existência de uma sofisticada organização criminosa no âmago do governo para garantir o projeto de poder do PT por meio da compra de votos dos parlamentares. Para o ministro, a crise ética e política tornou transparentes os desafios da justiça para coibir este tipo de prática.
- A recente denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal revelou a todo o país a existência de indícios da formação de uma sofisticada organização criminosa no âmago do governo, destinada, principalmente, a garantir o projeto de poder de partido político por meio de um engenhoso esquema de obtenção de apoio parlamentar e de financiamento de suas campanhas eleitorais - disse Gilmar, acrescentando:
- Temos que admitir que a estruturação de tal organização está a revelar a persistência de algumas mazelas em nosso sistema político-eleitoral, assim como os déficits de fiscalização e controle por parte da Justiça Eleitoral em relação a práticas há muito conhecidas, porém, poucas vezes combatidas com a devida eficácia.
Mendes afirmou ainda que hoje em dia a Justiça Eleitoral é uma instituição republicana, imune a tendências e facções de cada momento político. Segundo ele, o voto eletrônico trouxe inegável avanço ao sistema eleitoral brasileiro, mas é preciso enfrentar outros problemas como o abuso do poder político e o financiamento das campanhas eleitorais.
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