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A menina Sarah Figueiredo de Oliveira, de 10 anos, que caiu num bueiro aberto durante a tempestade da última quarta-feira, na Cidade Tiradentes, zona leste, contou que achou que iria morrer. A menina sofreu escoriações, principalmente nas costas, e uma lesão na perna esquerda. A princípio, pensava-se que ela tinha quebrado a perna. Sarah caiu em uma canaleta de águas pluviais, escorregou por 30 metros e depois foi levada por mais 40 metros em tubulações de esgoto até parar em uma boca-de-lobo.

- Depois que peguei um tronco no meio do caminho e fui encostando nas paredes para ver se conseguia parar fiquei mais calma. Na hora em que parei e vi que tinha muita gente tentando me tirar de lá, percebi que nada iria acontecer - lembra.

O irmão de Sarah, Joel Henrique Figueiredo de Oliveira, de 12 anos, é considerado um herói pela família. Ele correu para pedir ajuda e conseguiu salvar a irmã. Joel conta que, em um primeiro momento, pensou que ela iria morrer e quase desistiu.

- Depois lembrei que meu pai sempre fala em pensar positivo, que assim as coisas dão certo. Lembrei dele e me animei - afirmou.

Sem pensar em uma solução, ele correu para a Rua Gonçalves Nina, onde viu alguns homens em um bar, na esquina de sua casa. Desesperado, disse que a irmã tinha caído no buraco.

- Todo mundo saiu correndo. Os vizinhos que eu nem conhecia foram muito solidários. Ainda nem chegou o Natal, mas já me considero presenteada - disse a mãe, Iris Figueiredo Oliveira, de 37 anos

O acidente poderia ter sido evitado se a Subprefeitura de Cidade Tiradentes tivesse colocado grades na entrada da rede pluvial, onde a canaleta desemboca. A própria subprefeitura informou que sabia que as grades foram furtadas por vândalos em janeiro. Diz também que o local onde a menina sofreu o acidente não é passagem para pedestres e culpa os vândalos pelo acidente. Em nota, a subprefeitura disse que colocou ontem barras de ferro para impedir novo acidente.

Quando caiu na canaleta a garota vinha do cabeleireiro, por volta das 16h30, junto com o irmão Joel Henrique, de 12 anos, quando começou uma forte chuva. Para cortar caminho os dois desceram por um morro no meio do mato, onde havia uma canaleta. Os dois tentaram pular a canaleta, de cerca de um metro de largura, mas a menina não conseguiu. Ela desceu uns 30 metros com dois degraus de 30 centímetros de altura cada, como se estivesse em um tobogã de esgoto.

No final da canaleta, onde deveria estar a grade que foi roubada, há uma caixa de inspeção - que divide o fluxo da água em três tubulações - com uma queda de dois metros que desemboca na galeria de águas pluviais.

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