A menor de 13 anos que confessou participação no incêndio do ônibus da linha 350 (Passeio-Irajá) foi levada pelo Juizado da Infância e da Adolescência para um abrigo de menores em local reservado. De acordo com o titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), Luiz Alberto Andrade, ela corre risco de ser morta por traficantes do grupo de Lorde, suspeito de ter comandado o ataque. No sábado, em depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a menina revelou o nome dos outros seis participantes da barbárie.
Andrade considerou o depoimento muito importante. A polícia agora tem certeza de quantas pessoas participaram da ação. Com isso, o delegado obteve no domingo mandados de prisão contra Lorde, que ordenou o incêndio e não permitiu que os passageiros saíssem do ônibus, a namorada dele, Brenda, e outro traficante do bando identificado como Da Lua.
- O trabalho da polícia ficou mais fácil, pois já temos certeza de quantas pessoas atacaram o ônibus. Acredito que em pouco tempo conseguiremos dar uma resposta à altura para esse crime bárbaro. O grupo do Lorde está enfraquecido. Quatro foram mortos pelo rival dele, o Mica, e outros estão foragidos - disse o delegado, que não acredita que o chefe do tráfico do Morro da Fé tenha tanto poder a ponto de obter abrigo em outro estado.
O delegado espera contar também com as informações que devem chegar através do Disque-Denúncia, principalmente depois do depoimento da menor. O serviço recebeu no fim de semana 20 ligações sobre o caso do ônibus 350, sendo que 16 delas foram recebidas a partir das 11h de sábado.
Sete vítimas do ataque ao ônibus continuam internadas, sem previsão de alta médica. No Hospital Souza Aguiar, o quadro de Ana Crispim Dias, Erika Lizandro Bernardo e Fábio Pereira de Oliveira é estável. Fábio, que teve 70% do corpo queimado, é o que inspira mais cuidados e ainda corre risco de morrer. No Hospital do Andaraí, Rogério Mendes de Oliveira e Viviane de Souza Eusébio continuam em estado grave.
Francisca de Souza Lopes, internada na Clínica Pró-Vita, passa bem e não apresenta complicações no quadro clínico. O mesmo acontece com Patrícia da Costa dos Santos, internada na Clínica Doutor Balbino. No domingo, ainda continuava sem identificação no Instituto Médico-Legal (IML) o corpo carbonizado de uma das vítimas.
O comandante Hudson de Aguiar promoverá na tarde desta segunda-feira, no QG da PM, uma reunião com policiais do 16º BPM (Olaria), 22º BPM (Maré) e Batalhão de Operações Especiais (Bope) que participaram de confrontos com bandidos do Morro da Fé. O objetivo é esclarecer as denúncias de que o incêndio do ônibus teria sido uma represália de bandidos a uma suposta extorsão praticada por PMs do 16º BPM. O major Oderlei, do setor de Relações Públicas da PM, reclamou da imprensa:
- Não há como estabelecer uma relação entre a atividade da polícia e a ação covarde, cruel e terrorista dos traficantes. Tão cruel quanto tem sido o sensacionalismo das notícias.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Ataque de Israel em Beirute deixa ao menos 11 mortos; líder do Hezbollah era alvo
Deixe sua opinião