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O menor que confessou nesta quinta-feira, quando foi preso, ter feito o disparo que matou a socialite Ana Cristina Vasconcellos Gianni Johannpeter, mudou seu depoimento nesta sexta-feira. Segundo ele, um outro menor teria efetuado o disparo. A Polícia Civil suspeitava que ele teria assumido o crime para encobrir um irmão maior de idade, que seria o verdadeiro assassino. A filha de Ana Cristina, Manoela, de 21 anos, que estava com a vítima na hora do crime, disse não ter condições de reconhecer o ladrão do crime ao depor na delegacia. Ana Cristina Vasconcellos Gianini Johannpeter, de 58 anos, era ex-mulher do vice-presidente da Gerdau (um dos 15 maiores grupos de siderurgia do mundo e o maior fabricante de aço do país).

O chefe de Polícia Civil, delegado Ricardo Hallack, disse que ainda é cedo para concluir o inquérito. Segundo ele, mesmo com a confissão do menor, a polícia precisa anexar mais provas ao inquérito para que ele seja remetido ao Ministério Público.

Para buscar tais provas, o chefe de Polícia Civil informou que o delegado Alberto Lage já enviou o carro da socialite para a oficina especializada para que o painel e o forro do Mercedes sejam desmontados e a polícia tente buscar o projétil que matou Ana Cristina e fazer confronto de balística com a arma encontrada.

A princípio, a filha caçula de Ana Cristina não irá hoje a Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) para ajudar na confecção do retrato-falado do homem que matou sua mãe. Segundo o advogado da família João Bittencourt, Manoela está passando mal e não tem condições psicológicas de comparecer a delegacia.

Manoela, filha da socialite morta, deixa a Delegacia do Leblon, onde prestou depoimento nesta quinta, abaixada no banco de trás do carro. Foto de Fernando Quevedo A detenção do menor pela Polícia Militar foi criticada pelo chefe de Polícia Civil, Ricardo Hallak. Ele afirmou que a PM não faz investigação e sim policiamento ostensivo e, por isso, não poderia emitir opinião sobre um crime. Já o subchefe de Polícia Civil, José Renato Torres, criticou o Estatuto da Criança e do Adolescente, afirmando que, caso a autoria da morte seja confirmada, o menor ficará internado numa medida sócio educativa por um prazo máximo de três anos.

Para especialistas, o combate ao tráfico é priorizado e os crimes nas ruas são menosprezados . O cientista social Geraldo Tadeu Monetiro disse que falta estratégia para combater o crime comum, o que banaliza a violência. Ana Cristina foi baleada na cabeça, quando tirava o relógio para entregar aos bandidos. O assassino teria ficado nervoso e disparado o tiro. Havia a suspeita de que os bandidos fizessem parte de uma gangue especializada em roubar com bicicletas , mas o subchefe de Polícia Civil negou a informação, em entrevista à TV Globo.

O crime chocou moradores do Leblon. Para a presidente da Câmara Comunitária do Leblon, Evelyn Rosenzweig, a morte da socialite foi definida como uma tragédia anunciada. Segundo Evelyn, o número de policiais é insuficiente para inibir a ação de bandidos no bairro, que sofre com a violência. Chocado com o crime, o autor da novela "Laços de família", Manoel Carlos, fará uma referência ao assasinato na trama. .

De janeiro a setembro deste ano ocorreu um aumento de cerca de 37% no número de assaltos a transeuntes , no Leblon, em relação ao mesmo período do ano passado.

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