![Menos de 24 horas depois de abrir inquérito, Gilmar suspende investigações contra Aécio PGR enviou uma petição ao STF com indícios contra Aécio Neves colhidos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef. | Jefferson Rudy/Agência Senado](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/05/00b6ca2ec0b17c0a663231630f163da1-gpLarge.jpg)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quinta-feira (12), a suspensão das investigações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por suspeita de participação no esquema de desvio de dinheiro de Furnas até que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informe se considera mesmo necessária a abertura do inquérito.
Janot pediu a abertura das investigações contra Aécio na semana passada. Na quarta-feira à noite, Gilmar concordou e instaurou o inquérito. Menos de 24 horas depois, diante da apresentação da defesa de Aécio, o ministro decidiu suspender as diligências que já haviam sido determinadas – entre elas, o depoimento do senador.
No ano passado, a PGR enviou uma petição ao STF com indícios contra Aécio colhidos da delação premiada do doleiro Alberto Youssef. Essa petição foi arquivada por falta de elementos suficientes contra o senador. Na semana passada, Janot pediu o desarquivamento da petição e o acréscimo de novos elementos contra o tucano – desta vez, vindos da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). A suspeita é de que o senador cometeu corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a defesa de Aécio, a investigação foi reaberta sem novas provas, em contrariedade às normas do STF. Na decisão desta quinta-feira, Gilmar dá indícios de que concorda com Aécio. “A petição do parlamentar pode demonstrar que a retomada das investigações ocorreu sem que haja novas provas, em violação ao art. 18 do CPP e à Súmula 524 do STF”, escreveu o ministro.
Gilmar também ponderou que a manifestação da defesa pode suprir a necessidade de diligências. Além do depoimento de Aécio, tinham sido determinadas a juntada de documentos da investigação da Polícia Federal sobre o caso Furnas e também o depoimento do ex-diretor de Furnas Dimas Fabiano. O prazo dado para o cumprimento das diligências era de 90 dias. “É possível que a manifestação satisfaça as diligências probatórias postuladas pelo Procurador-Geral da República, possibilitando a imediata formação de juízo acerca do destino da investigação”, anotou o ministro.
Em delação premiada, Youssef contou que ouviu de José Janene a informação de que o PSDB, por meio de Aécio, dividia uma diretoria de Furnas com o PP. Yousseff também teria ouvido que o tucano recebia valores mensais, por meio da irmã, por uma das empresas contratadas por Furnas, a Bauruense, entre 1994 e 2001.
Segundo o procurador-geral, a delação de Delcídio trouxe “novos elementos que indicam, com maior robustez, suposta prática dos crimes anteriormente descritos contra o senador Aécio Neves da Cunha, os quais seriam justificadores do aprofundamento das investigações”.
-
Novo embate entre Musk e Moraes expõe caso de censura sobre a esquerda
-
Biden da Silva ofende Bolsonaro, opositores e antecipa eleições de 2026; acompanhe o Sem Rodeios
-
Qual o impacto da descriminalização da maconha para os municípios
-
Qual seria o melhor adversário democrata para concorrer com Donald Trump? Participe da enquete
Deixe sua opinião