Um ex-peemedebista foi especialmente homenageado durante a reunião de ontem. Recém-eleito prefeito de Jandaia do Sul, no Noroeste do Paraná, José Borba (PP) chegou a sentar-se na mesa principal do encontro, ao lado de ministros, senadores e líderes do PMDB. "É sempre bom relembrar aqueles que fizeram a nossa história", disse o líder do partido na Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN). Acusado de envolvimento no mensalão e processado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal, Borba renunciou ao cargo de deputado para evitar a cassação em outubro de 2005.
Como o senhor se sente com essa homenagem?
Olha, eu fui deputado e deixei o meu mandato assegurado por um dispositivo constitucional. Aguardei essa oportunidade de voltar a ser prefeito e fui eleito no voto, democraticamente. Se falaram de mim é porque eu ainda tenho muitos amigos aqui na Câmara.
O senhor se acha um injustiçado?
Não. Eu fui produto de todo um conjunto que resultou em uma vala comum. Há muitas interpretações sobre esse caso. Mensalão na verdade foi um slogan. Não condiz com a realidade, com as relações que ocorrem no Congresso. Isso me custou o mandato parlamentar e toda essa execração, antes e inclusive agora. Nas urnas e pelo voto popular, que é soberano, recebi um sinal positivo, de que as pessoas me apóiam.
O senhor se arrepende de ter abandonado o mandato?
Não, eu não abandonei. Só deixei o mandato, o que é diferente, para assegurar os meus direitos políticos. Minha idéia era buscá-lo de volta nas eleições de 2006. Em função de alguns desentendimentos (o governador Roberto Requião não aceitou que Borba fizesse parte da chapa de candidatos do PMDB em 2006), não consegui disputar as eleições e voltar para a Câmara.
O seu lugar é na Câmara ou na prefeitura de Jandaia do Sul?
Uma vez eleito, eu sou é prefeito. Tenho que exercer o mandato, para corresponder à expectativa e à esperança que a minha população sempre teve em mim.
Tem gente em Brasília que diz que o senhor tem muito mais influência do que alguns deputados com mandato. Isso é verdade?
Não é uma questão de ter mais ou menos influência. Eu desfruto daquilo que conquistei de forma democrática. É uma resposta à lealdade que sempre tive com meus companheiros, à dedicação que tive aos governos que servi.
Deixe sua opinião