O reajuste do salário-mínimo para R$ 350 a partir de 1º de abril dividiu opiniões no Congresso. O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), foi para a tribuna ressaltar que o reajuste de 16,7% para o salário garante um crescimento real do seu valor em 13%.
- Quando assumimos o governo, o salário-mínimo era equivalente a US$ 58. Agora ele equivale a US$ 146. Esse é o maior valor em 20 anos - disse Mercadante.
Segundo Mercadante, o reajuste do salário-mínimo foi o assunto principal da reunião de quase duas horas que Lula teve nesta terça-feira com todos os líderes da base governista da Câmara e do Senado. Na oposição, no entanto, a notícia foi recebida com reservas.
- Com esse aumento o presidente Lula fica longe de cumprir a promessa absurda que fez como candidato, quando se comprometeu a dobrar o valor real do mínimo. Defendo o maior aumento possível, que não quebre as pequenas prefeituras e nem as contas da Previdência. Já o reajuste da tabela do Imposto de Renda sem dúvida é eleitoreiro. Mas melhor isso do que o comportamento anterior do governo de negar legitimidade o que vínhamos reivindicando - disse o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM).
Na mesma linha, o líder do PFL, senador Agripino Maia (RN), alfinetou Lula. Mas prometeu discutir o valor com a bancada, antes de definir se o partido irá ou não apresentar uma contraproposta aumentando o reajuste do mínimo.
- Um governo que prometeu dobrar o valor real do salário-mínimo deveria se envergonhar ao apresentar essa proposta. Se é só isso que pode dar, não deveria ter feito aquela promessa - ressaltou Agripino.