O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, reforçou nesta quarta-feira (5) a posição do governo que a Operação Lava Jato, que investiga irregularidades e pagamento de propinas na Petrobras, terá um impacto de redução de pelo menos 1% no PIB neste ano. O ministro, que comparece à Comissão de Minas e Energia da Câmara para falar sobre a indústria naval, falou sobre as investigações da Polícia Federal.
Na semana passada, em reunião com 12 ministros e o vice-presidente Michel Temer , a presidente Dilma Rousseff responsabilizou a Lava Jato por parte da queda do PIB neste ano.
Citando estudos de três consultorias, o ministro afirmou que não há dúvida de que a Lava Jato afetará a economia porque as empresas estão tendo dificuldades para manter projetos e, além de não conseguirem financiamento, terão de vender ativos e devem refazer sua composição acionária.
“O combate à corrupção traz benefícios porque há potencial de recuperação de ativos”, afirmou Mercadante, observando que há estimativas de a Petrobras reaver R$ 6,2 bilhões do dinheiro desviado. “Mas há um outro lado: o impacto econômico é forte, com o comprometimento de investimentos e desaceleração do setor.”
Em sua fala inicial, Mercadante falou por 50 minutos — geralmente o tempo dedicado ao convidado para a exposição inicial é de 20 minutos. Ele fez um histórico da indústria naval no país, falou sobre o mercado de petróleo no mundo e a redução de investimentos pela Petrobras — que, para ele, está no mesmo nível de outras grandes petroleiras no mundo.
O ministro também defendeu a Sete Brasil, que é investigada pela Lava Jato por suspeita de pagamento de propinas à sua diretoria. Ele adiantou que das 28 sondas de perfuração que seriam contratadas inicialmente, com a reestruturação da empresa esse número deverá cair para 19.
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