O mercado potencial de energia elétrica no segmento residencial deverá crescer quase 40% ao longo dos próximos 11 anos, de acordo com as projeções do Departamento de Estudos Energéticos da Eletrobrás, vinculado à Diretoria de Engenharia. O estudo sustenta que o mercado residencial deverá saltar de um total de 56,7 milhões de domicílios, estimados para 2005, para 78,4 milhões de domicílios em 2016.
Essa estimativa abrange os domicílios ocupados e de uso ocasional, potenciais unidades consumidoras de energia elétrica. Os destaques são as regiões Norte e Centro-Oeste, com expansão em torno de 45% no período. O Norte deverá apresentar um pouco mais de 5,5 milhões de domicílios em 2016 - as previsões para 2005 são de 3,7 milhões de domicílios. Já o Centro-Oeste chegará provavelmente ao patamar de 6 milhões de residências em 2016, contra um total estimado de 4,1 milhões de domicílios para 2005. Segundo o engenheiro Nelson Leon, um dos autores do estudo, o trabalho desenvolvido pela companhia é voltado para as empresas do próprio grupo.
- As projeções contribuem para as nossas análises de demanda e oferta de energia - explica Leon, que realizou os estudos em parceria com José Francisco Moreira Pessanha, do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobrás.
As estimativas de crescimento feitas pela Eletrobrás, com horizonte de 10 a 15 anos, têm como base as projeções populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A partir desses números, o país poderá se preparar, desde já, para o atendimento da demanda futura de energia elétrica.
- De 2005 a 2016 serão mais de 20 milhões de domicílios novos que irão surgir no cenário. O Brasil precisa estar preparado para isso - ressalta Leon.
O foco do trabalho desenvolvido pela Eletrobrás está no segmento residencial e tem uma explicação básica. Atualmente, o consumo de energia elétrica da classe residencial é responsável por cerca de 25% do total gasto no país. Entretanto, afirma Leon, muito mais que a dimensão quantitativa, a importância do desenvolvimento desse tipo de estudo no segmento residencial está no fato de que as principais políticas públicas do setor de energia elétrica estão sendo implementadas nesta classe. Entre os exemplos estão o Luz para Todos e os programas de tarifas subsidiadas aos consumidores de baixa renda.
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