A aliança do prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) com o ex-governador José Serra (PSDB) na corrida pela prefeitura de São Paulo postergou, mas não enterrou a dobradinha PT-PSD no principal reduto da oposição. Enquanto a união tucano-kassabista ganhou uma sobrevida, o prefeito mantém no radar a aproximação com o governo federal, tendo a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a eventual candidatura ao governo de São Paulo em 2014 como pano de fundo.
O ritmo da aproximação de Kassab com o PT tem relação direta com o resultado das urnas na eleição de 2012 em São Paulo. Se Serra sair vitorioso, a manutenção da aliança com os tucanos em 2014 dependerá "da forma como o PSD será tratado por Alckmin", diz um fundador do partido em referência ao governador tucano Geraldo Alckmin.
Mas, se houver a derrota do PSDB na eleição, o alinhamento ao PT no estado "se dará no dia seguinte". Com um discurso de que o PSD é um partido de "centro", o que justificaria o movimento em direção a petistas e tucanos, Kassab descarta hoje a aliança compulsória com o PSDB: "Nós não somos o DEM".
Estratégia
O projeto político de Kassab, dizem seus aliados, passa pela reeleição de Dilma, quando o prefeito também pretende se candidatar a governador. Há dez dias, veio a público declaração dele ao presidente do PT, Rui Falcão, segundo a qual Serra preferiria a reeleição de Dilma à vitória do senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência e adversário do ex-governador. O mineiro tem o DEM, partido desafeto de Kassab, como aliado em seu projeto eleitoral.
O cenário alternativo, menos provável hoje, seria jogar o projeto de candidatura a governador para 2018, em nome da manutenção da aliança com o PSDB. Kassab seria indicado a vice-governador na reeleição de Alckmin em 2014. Essa hipótese, no entanto, encontra a resistência do governador, que não o quer na vice.
A disputa de 2014 será uma prévia do "projeto nacional" do PSD, afirma um cacique do partido sobre 2018, quando um dos principais aliados de Kassab, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), pode se candidatar a presidente.
Com 47 deputados, o PSD se coloca como uma força de estabilidade no governo federal no Congresso, em parceria com o PSB. Concorre com o espaço que atualmente é ocupado pelo PMDB. O governo registrou o "esforço" do PSD, que neste ano votou matérias de interesse do Palácio do Planalto, como a aprovação do Funpresp há 15 dias, num momento de rebelião na base aliada. Kassab é cotado para ter um ministério em 2013.
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