O ministro Aroldo Cedraz foi reeleito para um mandato de mais um ano como presidente do TCU (Tribunal de Contas da União). Por tradição, os presidentes do tribunal de contas cumprem um mandato de um ano e são reconduzidos no seguinte.
Mas este ano, devido a ter o nome de um de seus filhos citado na Operação Lava Jato como suposto integrante do esquema de corrupção, houve oposição de servidores do tribunal e associações ligadas ao controle de gastos públicos à recondução de Cedraz.
Antes da votação, que foi sigilosa, os ministros se reuniram por mais de duas horas para chegar a uma posição de consenso sobre a recondução ou não de Cedraz. Segundo ele, foram esclarecidos todos os possíveis pontos de dúvida nesse encontro.
Os funcionários do tribunal lotaram a tribuna como forma de pressionar pela não reeleição de Cedraz. Quando ele foi anunciado como presidente, cargo ao qual foi reconduzido por unanimidade pelos nove ministros com direito a voto, cinco pessoas protestaram dando as costas para o plenário.
Em seu discurso antes da votação, Cedraz afirmou que possíveis boatos e “episódios que podem estar rondando a instituição não nos atingirão”. Segundo ele, o sistema de distribuição dos processos e outros procedimentos deixam o tribunal “imune”. Cedraz prometeu também dar explicações no plenário sobre qualquer tema levantado em relação à sua conduta.
“Fico honrado em poder explicar com detalhes [na reunião] cada ponto que possam duvidar. Essa casa continua imune a qualquer ação deletéria a seus membros. Essa tarde nos deixa a todos conscientes de que jamais alguém que não tenha esse perfil ou comportamento possa fazer parte do colegiado e dos seus dirigentes”, afirmou Cedraz.
Tiago Cedraz, filho do presidente, virou alvo de investigação na Lava Jato depois de ter sido citado em depoimento de delação pelo empreiteiro Ricardo Pessoa. O delator contou que pagava R$ 50 mil por mês ao advogado para receber informações do TCU. Cedraz também foi citado pelo lobista João Augusto Henriques, que disse ter procurado o advogado para encerrar seus processos no tribunal mas que não houve pagamento de vantagem indevida.
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