Os jovens entre 16 e 18 anos, que conquistaram o direito ao voto facultativo em 1989, deverão representar 2% dos paranaenses que irão às urnas nas eleições de outubro. O número de cadastramentos oscila, dependendo das eleições. As municipais atraem mais eleitores e o número de votantes nessa faixa etária chega a dobrar em relação aos pleitos estaduais e federal. A proximidade com os candidatos nas eleições municipais motivam mais a população a procurar a Justiça Eleitoral, seja para se alistar ou para transferir o título.
Neste ano, pouco mais de 127 mil jovens de 16 e 17 anos já foram ao TRE do Paraná para fazer o título, número ainda baixo se comparado às eleições municipais de 2004, quando 204 mil eleitores paranaenses tinham essa faixa etária. De acordo com a direção do TRE, o número de jovens votantes ainda não pode ser considerado, já que em abril ocorre a maior procura para alistamento eleitoral, por ser o último mês para que o título tenha validade para as eleições do mesmo ano.
As estudantes Janaína Franco e Amanda Silva ainda nem completaram 16 anos e já foram se cadastrar no TRE, na quinta-feira passada. Amanda faz aniversário neste mês e Janaína, em junho. Acompanhadas da colega de escola Amanda Ferreira, de 16 anos, elas foram fazer o título, para votar pela primeira vez neste ano. "Acho importante votar para poder escolher quem vai nos representar. Para escolher em quem votar vou analisar os candidatos e as propostas", disse Janaína. Para as três, a impressão passada pelo candidato é mais importante do que o partido a que ele pertence.
Maus políticos
O estudante Jeferson Coelho, de 16 anos, ainda não pensou na importância do seu voto. Resolveu fazer o título ao mesmo tempo que fez a carteira de identidade e o CPF, para ter todos os documentos em mãos. "Acho que um político é pior do que o outro e ainda não sei que critérios vou utilizar para escolher meus candidatos", afirmou.
Os jovens são, a princípio, apáticos, mas facilmente despertam para as discussões políticas, segundo a diretora da União Paranaense de Estudantes Secundaristas (UPES), Juliana Theodoro. A entidade representa os alunos do ensino médio. "O problema é que o jovem está cansado da política porque acredita que se resume aos políticos, que hoje estão desacreditados. Quando começam a entender que política é mais ampla, querem participar e votar." Desde que o Tribunal Superior Eleitoral começou a separar os eleitores por faixa etária, o ano em que mais o Brasil teve jovens de 16 e 17 anos cadastrados para votar foi 2004, quando 1.500.554 eleitores de 16 anos e 2.168.940 de 17 anos tinham títulos na mão. Número só comparado a 1992, ano de eleições municipais, quando 1.398.841 jovens de 16 anos e 1.822.639 de 17 anos estavam aptos a votar. Neste mesmo ano, o Paraná teve 90.484 eleitores de 16 anos e 117.192 de 17 anos, seguindo a tendência nacional.