Manifestantes estendem uma bandeira pelo fim do foro privilegiado na Avenida Paulista, em São Paulo| Foto: MIGUEL SCHINCARIOL/AFP

Milhares de pessoas foram às ruas neste domingo (26) em apoio à Operação Lava Jato em todo o país. Os protestos, que tinham pautas diferentes entre os movimentos organizadores, reuniu um público mais enxuto em relação às últimas manifestações, em 2016. Os grupos que organizaram os atos são os mesmos que foram às ruas a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no ano passado.

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Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 10 mil pessoas na Avenida Paulista, público considerado baixo se levado em conta que nas últimas manifestações no local cerca de 1 milhão de pessoas marcaram presença. O público não é maior que um dia normal de domingo, quando a Paulista fica fechada aos carros.

Curitiba foi a segunda cidade com maior público nas manifestações desse domingo. Segundo a Polícia Militar, 4 mil pessoas participaram do ato que teve início na Praça Santos Andrade, no Centro da capital. Os organizadores não estimaram o público presente.

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Em Recife, os organizadores estimaram um público entre 6 e 8 mil pessoas. A Polícia Militar, porém, disse que o número de manifestantes era de 3,5 mil. No Rio de Janeiro, cerca de 2 mil pessoas, segundo a organização, se concentraram na praia de Copacabana. Em Salvador, o número estimado de participantes foi de 1,5 mil, segundo os organizadores.

Também houve protestos em outras capitais, como Maceió, Campo Grande, Belo Horizonte, Belém, Brasília, Manaus, Goiânia, Florianópolis, Aracajú e Porto Alegre. O número de manifestantes não passou de 500 nessas cidades, segundo estimativas divulgadas pela Polícia Militar e organizadores.

Pautas diferentes

Os grupos que convocaram os manifestantes a irem para as ruas nesse domingo não eram unânimes em relação às pautas reivindicadas. Além do apoio à Lava Jato, os grupos acrescentaram outras pautas à manifestação, como fim do foro privilegiado, não ao voto em lista fechada e à anistia ao caixa dois em discussão no Congresso.

Em São Paulo, o NasRuas adotou lema “Armas pela vida” e espalhou faixas contra o estatuto do desarmamento. Os “intervencionistas”, por sua vez, defenderam a intervenção dos militares e os monarquistas pediram a volta da família real ao poder.

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Protestos mais enxutos

Os organizadores avaliaram as manifestações como positivas, apesar do número menor de manifestantes em relação a 2015 e 2016. Líder do Vem Pra Rua em São Paulo, Rogério Chequer concorda que a pauta agora é mais complexa. “A pauta agora não é tão simples e binária como o Fora Dilma e o impeachment”, afirma.

“O número de pessoas que estiveram fisicamente aqui para gente não importa. O que importa é mostrar que nós continuamos na luta. De fato, hoje, o público não foi muito grande, mas, não foi muito grande, porque o povo está cansado de tanto escândalo. Nós estamos reivindicando pautas do momento que os políticos estão fazendo para se manter no poder”, sintetizou Dulce Sampaio, do Movimento Vem Pra Rua em Recife.

Políticos

Os políticos, que no ano passado disputaram os microfones, dessa vez não apareceram. Entre os poucos que se arriscaram no ato em São Paulo estavam o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o deputado Major Olímpio (SD-SP). Apesar de críticas pontuais, o presidente Michel Temer (PMDB) foi poupado, enquanto o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, foi criticado.

Os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), além do senador Aécio Neves (PSDB-MG), também foram criticados. Eles são acusados por parte dos manifestantes de tentarem promover um acordo para salvar a classe política diante das relações da Odebrecht.