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Gestão anterior deixou dívida de R$ 578 mi, conclui equipe de Fruet

Administração municipal promete zerar débitos com fornecedores em até três anos. No primeiro momento, prioridade são os pequenos credores

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100 dias: prefeitos do interior do Paraná enfrentam dívidas

Passados 100 dias das novas gestões à frente das principais prefeituras do Paraná, o discurso predominante foram os problemas de caixa diante de dívidas milionárias herdadas dos antecessores

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A voz do patrão

Os leitores da Gazeta do Povo foram convidados a se colocar na figura de patrão e responder se contratariam ou não o prefeito de Curitiba após os 100 primeiros dias de mandato. Confira algumas das respostas:

"Contrataria sim, pois Gustavo Fruet demonstrou ser coerente em avaliar a situação em que a prefeitura se encontrava antes de ‘sair fazendo’. Primeiro de tudo é necessário arrumar a casa."

Ludgero Wotroba Mandrik

"Claro que não. Quando se candidatou deveria ter feito uma autoavaliação e verificar se era capaz para tamanho desafio. É hora de começar a trabalhar."

Vila Real

"O difícil é abastecer o avião em pleno voo. Vamos dar prazo, que a coisa vai andar. O buraco é grande."

Edson Pereira

"Apesar de ter falado e passado uma imagem do ‘vamos fazer’, pelo jeito já se adaptou a máquina governamental e está emperrado. Com esse ultimato, só lhe garantiria no máximo mais 6 meses de prorrogação contratual."

Ricardo Tamanini

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O prefeito Gustavo Fruet (PDT) continua gozando de bom crédito entre seus eleitores – mesmo que a maioria não esteja acompanhando de perto os primeiros dias de seu governo. É o que aponta a pesquisa realizada pelo instituto Paranapesquisas para avaliar os 100 primeiros dias de Fruet no cargo. O levantamento foi realizado entre os dias 5 e 7 de abril, e 602 eleitores foram entrevistados.

INFOGRÁFICO: Prefeitura de Fruet é aprovada por boa parte dos curitibanos

Segundo o levantamento, Fruet tem a aprovação de dois terços dos entrevistados – uma avaliação positiva e similar a do ex-prefeito e atual governador Beto Richa (PSDB), quando assumiu a prefeitura em 2005. É o que diz o cientista político da Universidade Federal do Paraná, Emerson Cervi: "Assim como Richa, Fruet também assumiu uma prefeitura mal avaliada [o índice de aprovação do ex-prefei­­­to Luciano Ducci (PSB) era de 53% no final do mandato], e elevou esse porcentual a 66%. É a segunda prefeitura com maior aprovação desde a administração do [ex-prefeito Cassio] Taniguchi".

O porcentual é alto levando-se em consideração que 59% dos eleitores não souberam apontar nada que o prefeito tenha realizado em seus primeiros cem dias – os feitos mais citados são relacionados ao aumento da tarifa de ônibus e à pavimentação de ruas, 6,3% e 4,6% dos eleitores, respectivamente. "O eleitor não está preocupado com o cotidiano da gestão pública, ele quer resultados. Para ele, interessa se o dia a dia do gestor está gerando benefícios para ele ou não", analisa.

Compreensão

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A pesquisa ainda revela que eleitores estão sendo pacientes com Fruet. De acordo com o levantamento, 29% acham que o prefeito não vem cumprindo suas promessas de campanha, mas o mesmo porcentual acredita que mais dois anos de gestão são necessários para isso. Para 32%, em um ano será possível trabalhar todos os pontos das propostas de governo.

Para o diretor do Paraná­­pesquisas, Murilo Hidalgo, o crédito da população é reflexo da estratégia de comunicação do prefeito nesses 100 primeiros dias no mandato. "Ele se fixou muito nas condições precárias da prefeitura que assumiu, e o curitibano entendeu isso. A comunicação de seu governo foi eficiente nesse sentido e ele está ganhando tempo".

Cervi segue interpretação semelhante, mas observa que a pesquisa também indica que a paciência do eleitor tem limite. "O que tenho percebido no discurso do governo é a identificação dos erros cometidos no passado e que não se repetirão. Mas vai chegar um momento que vai ser preciso parar de falar dos problemas anteriores e começar a falar da própria gestão", diz o cientista político.

Fatos marcantesRelembre alguns fatos marcantes dos primeiros 100 dias de Gustavo Fruet (PDT) na prefeitura de Curitiba:

Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

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Passagem mais cara

O aumento da tarifa de ônibus já era uma tragédia anunciada. Desde agosto de 2012, a tarifa técnica da Urbs – valor pago pela empresa às companhias de ônibus – já estava em R$ 2,87 e o reajuste, previsto para fevereiro, poderia elevar a tarifa paga pelo usuário para mais de R$ 3, considerando o reajuste dos salários de motoristas e cobradores e a inflação. Em fevereiro, a tarifa técnica subiu para R$ 3,13. A tarifa real, entretanto, acabou ficando em R$ 2,85 – o que não evitou críticas por parte da população.

Briga entre poderes

Se a saída de Fruet do PSDB já não foi amigável, seus primeiros dias na prefeitura pouco ajudaram a melhorar seu relacionamento com o governador Beto Richa (PSDB). O principal ponto de atrito foi o subsídio dos ônibus metropolitanos. O governador não se mostrou interessado em renovar o convênio, assinado no ano passado. O prefeito disse que a medida de Richa foi "eleitoreira", já que foi assinada quando seu aliado, Luciano Ducci (PSB), era prefeito. Os dois tiveram outros pontos de atrito, como a eleição para a Associação dos Municípios da Região Metropolitana.

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Albari Rosa/Gazeta do Povo

Câmara "fruetista"

Uma tradição que não foi rompida no início da gestão de Fruet foi a adesão quase imediata dos vereadores à bancada de apoio a o prefeito. Nas eleições, a coligação PT-PDT-PV fez apenas oito parlamentares. Mas na Câmara, 36 dos 38 vereadores apoiam Fruet – apenas Professor Galdino (PSDB) e Noêmia Rocha (PMDB) se declaram como opositores. Virtualmente sem oposição, Fruet conseguiu emplacar seu candidato, Paulo Salamuni (PV, foto), à presidência da Casa.

A herança de Ducci

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Fruet também teve seus atritos com o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB). A principal questão foi a dívida do município com fornecedores. O atual prefeito acusa a gestão anterior de deixar R$ 578 milhõe s em dívidas com fornecedores e prestadores de serviços terceirizados, sem dinheiro em caixa. Ducci disse que deixou dinheiro em caixa e acusou Fruet de continuar com um discurso de candidato.

Metrô parado

Um dos principais atritos entre Fruet e Ducci durante a campanha eleitoral foi a questão do metrô. O atual prefeito pedia a revisão do projeto, enquanto o ex-prefeito defendia a manutenção do projeto atual. Após 100 dias de gestão, Fruet ainda não apresentou um projeto alternativo. Ele garante que isso deve sair ainda no primeiro semestre.

Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

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A irmã, a mulher e o deputado

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