Dos 60 deputados federais do PT, 31 assinaram um manifesto distribuído na sessão do Conselho de Ética desta terça-feira (1º) em que pedem a continuidade do processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O abaixo-assinado é uma reação às negociações de bastidor entre o partido e Cunha, que ameaça deflagrar um processo de impeachment contra Dilma Rousseff caso não obtenha o apoio do partido da presidente para enterrar seu processo de cassação.
A decisão do Conselho sobre se dá ou não sequência ao processo deverá ser tomada nesta quarta-feira (2). Os três integrantes do PT no Conselho, que não assinam o manifesto, avaliam votar a favor de Cunha em nome da governabilidade e para enterrar o impeachment.
“Devemos nos manifestar firmemente contra qualquer tentativa do deputado Eduardo Cunha de se utilizar do cargo de presidente para beneficiar sua própria defesa, em detrimento dos interesses da sociedade brasileira”, diz o manifesto.
O texto é assinado, entre outros, por Pepe Vargas (RS), ex-ministro da articulação política de Dilma, Vicentinho (SP), Henrique Fontana (RS) e Paulo Teixeira (SP), ex-líderes da bancada do PT, e Marco Maia (RS), ex-presidente da Câmara dos Deputados.
“O deputado Eduardo Cunha tem revelado, diuturnamente, a falta de qualquer pudor em utilizar sua posição de direção da Câmara Federal em proveito próprio, inclusive promovendo e patrocinando o cancelamento de sessão do Conselho de Ética, atacando instituições e praticando toda sorte de chantagens”, prossegue o texto.
Os petistas criticam ainda a oposição, que agora está rompida com Cunha, mas que por meses esteve alinhada ao peemedebista na tentativa da deflagração do impeachment.
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