Sai a primeira indenização para dono de imóvel na região da cratera do metrô
Foi fechado na manhã desta terça-feira o primeiro acordo de indenização a ser pago para um proprietário de imóvel interditado por conta do desabamento das obras da Estação Pinheiros da Linha 4 (Amarela) do Metrô, em janeiro deste ano. O valor do acordo não foi divulgado.
A Subprefeitura de Pinheiros liberou, na tarde desta sexta-feira (23), oito imóveis que estavam interditados desde 12 de janeiro, quando ocorreu o desabamento na Estação Pinheiros da Linha 4 (Amarela) do Metrô, na Zona Oeste de São Paulo, que deixou sete mortos.
São sete imóveis comerciais na Rua Gilberto Sabino e um apartamento do edifício número 277 da Rua Conselheiro Pereira Pinto, onde mora há 28 anos a aposentada Teresinha Chaves, de 70 anos. Ela voltou para sua casa na tarde desta sexta.
Assim que soube da notícia, fez a mala e ligou para o filho Mário. "Comecei a tremer de alegria. Aquela sensação de não ter casa. Mas que casa? Hotel não é minha casa. Foi muito difícil, mas passou." O hotel onde ficou hospedada por mais de dois meses fica a 500 metros de sua residência.
Teresinha fechou acordo com o Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da Linha 4, por danos morais. Quando chegou em casa, veio o alívio. "Não tem nenhuma rachadura, não tem nada". Ela disse que só quer tirar o pó dos móveis para comemorar no fim de semana.
Os imóveis comerciais foram liberados, mas precisarão receber reparos, cujas obras serão negociadas e financiadas pelo Consórcio Via Amarela.
Após a entrega do laudo geológico do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que garante a estabilidade do solo da região, sem indícios que sinalizem a possibilidade de novos deslizamentos, técnicos da subprefeitura continuam analisando os relatórios individuais de cada imóvel.
A previsão é de que na segunda-feira (26) sejam divulgados os imóveis que serão finalmente liberados e os que permanecerão interditados.
Balanço
Pela previsão do IPT, 58 imóveis estão adequados para o retorno dos moradores; cinco tiveram restrições e só serão liberados mediante obras de recuperação; três foram considerados impróprios para reocupação e um não pôde ser analisado por causa de uma obstrução causada pela ruptura do teto. Outros seis imóveis próximos à cratera já foram demolidos e sete estão condenados.
Por causa do acidente, 80 imóveis da região precisaram ser interditados e 193 pessoas foram levadas para hotéis da região de Pinheiros.
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